Neymar, Neymar, Ney­­mar em todas as mídias. É o foco das atrações no Japão, onde já está sendo disputada a primeira fase do Mundial de Clubes. Até ontem reinava sozinho. Com a chegada do Barcelona, a expectativa seria a de uma divisão de atenções entre ele e Messi. E não é que continua dando Neymar, com um espaço bem mais generoso que o do argentino?

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Há explicação, claro. Neymar é novidade. O mundo inteiro ouviu falar dele durante o ano, com os "acertos fechados" e ja­­mais confirmados com Barcelona ou Real Madrid. O menino do Santos estava na boca e suas fotos nos olhos de todos, mas jamais esteve tão próximo da imprensa internacional como agora.

Neymar é novidade, é a surpresa, o novo, a possibilidade de uma declaração estonteante. Messi é Messi. Consagrado como o melhor jogador do mundo, com fatia garantida de exposição nos meios de comunicação e uma discrição sempre surpreendente para quem, há algum tempo, reina acima de todos os demais.

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Não, leitor, engana-se quem esteja a imaginar estarmos caminhando para uma comparação entre os dois. Não sou muito afeito a essas coisas. Esses 40 anos de estrada já me ensinaram que não há parâmetros compatíveis para tais exercícios de imaginação. Desde os primeiros tempos de Pelé x Leônidas ou Friedenreich. Aprendi e guardei.

O ponto que me interessa enfatizar é o grande interesse da mídia pelo Santos. Tem um pouco daquilo de ter sido o clube de Pelé, é lógico, a maior lenda de todos os tempos no futebol (o Santos de Pelé), que se permitia deixar o Brasil por dois ou três meses apenas para se exibir aos ansiosos mercados europeus, asiáticos e africanos.

Mas o que se vê claramente em qualquer giro pelas páginas esportivas internacionais da internet é que o assunto não é, necessariamente, o time da Vila Belmiro. A conversa gira toda em torno de Neymar, o jovem craque que esnobou os grandões do futebol para continuar defendendo o time de seu coração. Como Pelé, décadas atrás.

E o alto investimento do Santos já traduz realidade. Quem sabe o primeiro passo para reequilibrar o eixo do futebol mundial um pouco mais em nossa direção? O futebol brasileiro anda um pouco mais organizado do que sempre – bem menos do que se poderia pretender – e o dinheiro europeu passa por percalços ainda sem conclusões definitivas sobre qual possível desfecho.

O que vier de agora em diante depende muito do que Neymar apresentar em campo nesse torneio no Japão. Por mais que insista em dividir estrelato com os demais companheiros, o olho eletrônico internacional estará direcionado somente a ele, já a partir do confronto contra os japoneses (e alguns brasileiros, a começar pelo técnico Nelsinho Baptista) do Kashiwa Reysol, que ontem se classificou para a partida da semifinal.

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Os arranjos já estão todos feitos e agora só resta esperar.