O gol do Arapongas foi um prêmio ao esforço de quem jamais desistiu. Empurrado por uma torcida entusiasmada pela primeira partida em casa após 20 anos longe da Primeira Divisão, o time pressionou, tanto pressionou que conseguiu o justo empate registrado no Estádio dos Pássaros.
E o Coritiba, de seu lado, não foi o mesmo de jornadas anteriores, quando vinha mantendo a ponta da classificação do Campeonato Paranaense. Perdeu os primeiros pontos para uma equipe do interior, permitindo que o Cianorte comemorasse o primeiro fim de semana como líder isolado da competição.
O que pegou? A marcação do Arapongas. Não sobravam espaços para a rápida movimentação dos jogadores de meio e ataque do Coxa, marca registrada deste início de temporada. Mérito do técnico Lio Evaristo, que, astuto, encurtou o espaço entre os adversários, impedindo o rápido toque de bola que tão bem funcionou em partidas anteriores.
A saída de Leonardo, por contusão, quebrou de vez a estrutura tática do Coritiba, que achou um gol em lance isolado de Bill e passou todo o segundo tempo atrás, preparando um possível bote de contra-ataque, que até chegou a ocorrer, sem melhor aproveitamento.
As dificuldades enfrentadas em Arapongas levam automaticamente a uma dedução: os treinadores rivais estão estudando bem o padrão de jogo concebido pelo técnico Marcelo Oliveira, encontraram o antídoto à fórmula coxa e já não há mais fato novo a surpreender em campo. É hora de Oliveira começar a variar o repertório, oferecendo alternativas ainda não carimbadas para os próximos confrontos. Material humano de qualidade, tem de sobra.
Pesadelo
Alguém vê saída? Então que me diga, pois, de minha parte, não consigo encontrar remédio para resolver a situação do Paraná Clube. Sábado foi mais uma tarde de terror para a torcida (que também desapareceu do estádio, talvez por falta de esperança), vendo aquele time impotente não conseguir impor um ritmo de jogo ao Cianorte.
Mesmo mandante, o Paraná Clube foi submisso ao adversário, não passando, em instante algum, a impressão de poder reagir em campo. Tanto que só conseguiu o primeiro chute a gol no segundo tempo, depois de observar, passivo, o Cianorte construir a vantagem no placar, com um belo gol de Thiago Santos (aliás, o Paraná não tem no grupo nenhum jogador com a qualidade técnica desse atacante).
Isso ainda passando sobre a tática defensiva adotada pelo técnico Roberto Cavalo, ciente das limitações técnicas de sua equipe. Na teoria, estava certo: primeiro defender, depois ver o que seria possível fazer. Mas nem defender o time conseguiu, levou mais um gol e o goleiro ainda trabalhou um bocado para evitar derrota mais feia.
Muda o foco na Vila Capanema, para quem ainda acreditava em ressurreição. Em vez de olhar lá para cima da classificação, é bom prestar atenção nas coisas que acontecem lá embaixo. Em pontos corridos é difícil recuperar o que se perde em jogo.
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