Lembro-me sempre da história de “Pedro e o lobo”, aquela que o menino fazia um estardalhaço sobre o lobo rondando, o povo ia acudir e nada havia. Foram tantas vezes de alarme falso que o pessoal desistiu e no dia que o lobo realmente apareceu, os gritos de “socorro” não foram atendidos.
Comparo a história com as reclamações contra as arbitragens. Basicamente ocorrem em todos os jogos, com cartolas cercando árbitros nos corredores dos estádios e botando a boca no trombone a denunciar erros que, a rigor, apenas eles e os mais fanáticos conseguiram perceber.
Caso do Atlético ontem. Tanto reclamou de lances fortuitos, clamou por justiça e alegou perseguições que nesta partida contra o Atlético-MG as reclamações pareceram cair no vazio. Mais uma vez o lobo? Não, melhor deixar pra lá.
Só que desta vez a arbitragem realmente influiu diretamente no placar final. Foram lances capitais mal marcados e a história final do marcador não condisse com o que se viu em campo. E o que é pior: houve lances idênticos do outro lado, permitindo a comparação e a constatação da absoluta falta de critério do árbitro.
Vamos ao primeiro deles. Nikão limpa na frente da área, sai da marcação e chuta par ao gol. Rafael Carioca, no meio do caminho, abre o braço, que toca na bola. Pênalti, de acordo com as novas orientações da CBF. Não marcado – e a chance perdida de definir o resultado, pois há havia a vantagem de 1 a 0. Dali a pouco, Cleberson disputa um lance na área do Atlético, cai e põe a mão na bola. Pênalti, tanto quanto o outro. Desta vez, marcado. Empate do Atlético-MG.
Segue o jogo. Walter vai para a área, disputa com o zagueiro pelo alto e é empurrado pelo adversário. Mão aberta, esticada, falta clara. Pênalti, no caso. Não marcado. E aí, nem cinco minutos depois, Walter disputa outra bola na área, chega no zagueiro e empurra. Mão aberta, esticada, falta clara. Desta vez, marcada. E o Atlético empatou em casa uma partida que deveria ter vencido.
Quem me acompanha aqui sabe que dificilmente foco a arbitragem como tema. Entendo como naturais alguns erros a cada jogo. Mas ontem foi demais. E, desta vez, com lances semelhantes a apontar critérios diferentes.
Sem vitória
Fim de semana sem nenhum triunfo paranaense. O Coritiba até que vinha bem, saiu na frente, mas permitiu a virada do Santos já no acréscimo dos acréscimos. Poderia ter sido melhor.
Do empate do Paraná Clube em casa, nada a declarar. Jogo horrível, sem criatividade e se alguém tivesse de vencer teria sido o Bahia.
O Londrina tirou empate em Goiás, mas esteve melhor e poderia ter vencido.