Nessa roda viva de correr atrás do dinheiro, o Paraná monta e desmonta seus times (...) O tratamento impede o torcedor de se afeiçoar com este ou aquele jogador. Mesmo porque, dali uns meses, com salários atrasados,
boa parte deles vai embora.

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Na primeira partida, vitória e esperança. Na segunda, derrota, goleada e desconfiança. E o torcedor do Paraná vive a mesma sensação das temporadas anteriores, sem saber exatamente o que pensar, o que prever, o que imaginar para o seu clube nesta Série B.

Tudo consequência dessa inconstância que tem marcado as recentes administrações, na perdida batalha contra os gastos excessivos que os clubes de futebol acumulam como se fosse tudo normal. Aliás, a propósito disso, ouvi declarações do técnico Vanderlei Luxemburgo, dia desses, na ESPN Brasil, que me deixaram estarrecidos.

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Ele defendia ardorosamente o escalonamento das dívidas dos clubes de futebol com a União por décadas e décadas. “O futebol é a alegria do povo, precisa de tratamento diferenciado”, argumentava, como a defender um salvo conduto para usar o calote em nome de uma paixão popular.

Luxemburgo, aliás, que não costuma citar sua passagem pelo Paraná em suas apresentações. Nessa última, em questão, disseram de sua passagem por São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Justo ele que veio se refazer aqui, nos anos 90, fruto de um sonho megalomaníaco dos dirigentes tricolores da época e que talvez sinalize a origem de todos esses problemas financeiros registrados nos anos mais recentes.

E daí, nessa roda viva de correr atrás do dinheiro, a agremiação monta e desmonta seus times, apresentando novos perfis a cada mudança de temporada ou de competição. Na virada do ano foi montado um grupo novo, que já foi desfeito e agora vem sendo substituído, por atacado, por jogadores que mal se apresentam, dão uma volta em campo e já são lançados no time titular.

Entrosamento que é bom, só vem com a bola rolando, provocando, assim, aquela alternância relatada na abertura desse texto.

É o tratamento emergencial que se dá e que impede ao torcedor se afeiçoar com este ou aquele jogador. Mesmo porque, dali uns meses, com salários atrasados, boa parte deles vai embora, em busca de uma expectativa melhor de exercer a profissão.

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Consta que a atual diretoria tem como ponto de honra justamente quebrar esse ciclo, injetando recursos no clube, tanto em seus profissionais de campo quanto no restante dos funcionários. Recursos vindos de fora, do grupo que pretende devolver o Paraná Clube, com honras, à Primeira Divisão nacional.

Mas como isso não acontece da noite para o dia, a instabilidade técnica da equipe ainda será tema de muitas conversas pela frente.

Sábado, por exemplo, tem o Boa Esporte pela frente e tem de ser encarado como favorito, pois os mineiros vêm de duas derrotas e sem 11 jogadores, todos lesionados. Mas será que dá para cravar esse favoritismo?