Não é de hoje que o Coritiba tem problemas. Quando Marquinhos Santos assumiu o comando técnico, no ano passado, o time se arrastava em campo, destruído que foi pela falta de tato do superado Celso Roth. Houve, então, uma pequena melhora. Pequena mesmo, mas suficiente para livrar o clube da humilhação de mais um rebaixamento no Brasileiro.
Ney Franco assumiu ontem como novo treinador da equipe prometendo trabalho, empenho e melhores dias pela frente. É tudo o que a torcida deseja, para sair desse desconforto que parece não ter fim e que se renova a cada esperança perdida de reabilitação. E se no ano passado contava com Alex como fator de desequilíbrio em algumas partidas, agora depende apenas de jogadores comuns, dos quais não se pode exigir tanto assim.
A rigor o grupo não é tão ruim assim. É mediano, como o de outras equipes que participam da Primeira Divisão. O que parece ter faltado nesse tempo todo é o encaixe, talvez até pela instabilidade técnica de algumas peças, que alternam boas exibições com outras atuações mais apagadas. E nessa falta de equilíbrio não há como dar ritmo ao time, situação que reflete diretamente nos resultados apresentados.
Há atenuantes que poderiam ser considerados, como os incríveis erros individuais que contribuíram para derrotas recentes. O de Leandro Almeida, entregando um gol de presente ao Avaí, e o de Helder, fazendo o mesmo contra o Fluminense.
Mas o futebol é feito de erros e acertos. Não fosse assim, teríamos sempre insossos 0 a 0. O mérito do vencedor está em saber justamente explorar os erros dos oponentes e deles tirar proveito. Como o próprio Coritiba o fez, na vitória sobre o Grêmio, no desacerto de dois defensores gremistas, que se atrapalharam e fizeram gol contra.
Ney Franco faz questão de já estrear sábado, contra o Flamengo, no Alto da Glória. Terá pela frente um adversário que vive a mesma incômoda situação de estar na zona do rebaixamento e que também não tem apresentado sintomas de melhoras a curto prazo. Com apenas dois dias de treinamento não será possível esperar mudança radical no comportamento da equipe – mesmo porque Franco é da escola conservadora, sem se permitir arroubos de grandes transformações.
Mas o que se espera é que, pelo menos, os alviverdes entrem em campo mais ligados, com mais determinação e sem aquela apatia que baixava após as primeiras jogadas não darem certo. Sob esse aspecto a mudança de comando técnico é positiva, pois gera o tal “fato novo” que os dirigentes sempre incluem nas justificativas para anunciar um novo treinador.
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