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Não sei se foi a mudança do número na camisa de Walter que resolveu. Certamente não foi, na troca do número 18 pelo 19 na camisa. Mas vale para o jogador como um impulso de redescoberta dentro da carreira, de confiança recuperada depois de tanto tempo em jejum, devendo gols e boas atuações.

Para aproveitar o termo da moda, o Atlético foi cirúrgico em Chapecó. Já trabalhou na Baixada, apostando no resultado casado e se precavendo para manter pelo menos o 0 a 0, caso o ataque não funcionasse. E o 0 a 0 é o melhor resultado de primeiro jogo, pois dali em diante qualquer empate serve – nem que leve para os pênaltis.

Valeu pelo resultado, pela atuação firme, depois de sofrer um gol logo nos primeiros momentos da partida, e pela classificação às oitavas de final da Copa do Brasil. Falta muito ainda, mas, como se diz por aí, “é o que temos para o momento”.

Garrincha vetado

Lembrei-me de pronto do noticiário de antigamente e das histórias que contavam sobre a primeira conquista de título mundial da seleção brasileira de futebol. Foi em 1958 – acho que todos sabem –, quando despontou a genialidade de Garrincha e Pelé, ainda hoje as duas maiores referências da técnica do futebol nacional.

Consta que, na ocasião, o psicólogo João Carvalhaes fez uma avaliação de todos os convocados, para tentar compreendê-los e, aí, conseguir tirar ainda mais de cada um deles. Correu tudo bem até que chegou o momento de conversar com Garrincha. Assim que terminou a sessão, Carvalhaes se dirigiu ao comando da delegação e sugeriu o corte do ponteiro do Botafogo. “Ele não está preparado para disputar uma Copa do Mundo. Não tem a mínima ideia do que se trata ou da responsabilidade que estará carregando nas costas”.

Não foi atendido, é claro, e o craque das pernas tortas entortou alguns “joões”, que era como ele chamava seus marcadores. Com ele e Pelé juntos, no ataque, veio o primeiro título. E quatro anos depois, com Pelé machucado, Garrincha garantiu praticamente sozinho o bicampeonato.

Comecei essa conversa por causa de matéria publicada pelo site UOL sobre a escolaridade dos jogadores da atual seleção olímpica. Bem acima da média, a maioria com o ensino médio completo, alguns iniciados em cursos universitários. E então, em determinado momento da matéria, veio a afirmação ressurreta de Carvalhaes, agora na boca de uma educadora: “Um jogador como Garrincha, que se sustentava exclusivamente por ser talentoso com a bola, provavelmente não teria lugar em times de hoje”.

Jogaria, sim, com sobras. Futebol para ele era uma arte, um grande brinquedo. E nos dias de hoje certamente iria muito mais longe, graças aos recursos médicos para impedir a deterioração de seus joelhos, tão castigados pelos adversários.

Claro que é importante o crescimento do nível de escolaridade de nossos jogadores, mas na própria matéria em questão está o melhor exemplo de nada ter a ver uma coisa com outra. Apenas três jogadores não completaram o ensino médio e Neymar é um deles. Justamente o craque do time. Como diz o ditado, “futebol não se aprende na escola”.

Estádio ou gol?

Dividem-se os torcedores do Coritiba, como também estiveram divididas as opiniões dos atleticanos durante o período de reconstrução de seu estádio, hoje um cartão postal do futebol brasileiro. A maioria dos coxas não quer saber de estádio novo ou de reformas no Alto da Glória. Quer, sim, é títulos.

Se puder ser campeão num belo estádio, ótimo. Mas se tiver de escolher entre a casa nova, gerando sacrifício no investimento do futebol, que venham reforços e um futuro melhor do que tanto sofrimento para fugir do rebaixamento a cada ano.

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