E o que parecia impossível está prestes a se realizar. O Coritiba, virtual rebaixado no campeonato brasileiro até semanas atrás, está a um fio de se livrar desse pesadelo. Eu mesmo, como alguns coxas que conheço, já não mais acreditava na capacidade de reação dessa equipe.

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Dessa equipe, não. Daquela equipe que vinha acumulando fracassos, rodada após rodada. Mas aí houve uma providencial mudança, uma guinada que sacudiu os cantos do Alto da Glória e apresentou um Coritiba que, até então, não havia se manifestado durante toda a competição. Com a queda do técnico Ney Franco, a diretoria apostou em Pachequinho para comandar a equipe. Como havia sido com Tcheco, na temporada anterior, tirando leite de pedra para manter o clube na primeira divisão nacional.

E a partir dali surgiu um novo integrante do campeonato, o Coritiba de nova personalidade. Porque os jogadores são os mesmos, a formação titular é praticamente a mesma mas o que se vê em campo é totalmente diferente. O que marca a diferença são dois fatores: a concepção tática e a atitude dos jogadores. Na tática, surgiu um time mais marcador, melhor distribuído, que tem o controle da posse de bola e sabe trabalhar em estocadas para o ataque. Na atitude, foi-se aquele time indolente, que pouco parecia sentir um resultado negativo, como se tudo fosse igual, vitória, empate ou derrota. Agora o que se vê é uma equipe pegadora, que divide todos os espaços do gramado e sabe o que fazer para manter o controle da bola.

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O que mudou, então? O comando. Pachequinho, atacante de tantas glórias do Coxa, maior artilheiro do Alto da Glória, passou seu currículo para os jogadores e pediu a eles pelo menos o mínimo do que já representou na história do clube. Fez efeito. Conseguiu ontem a terceira vitória consecutiva (e aí não importa se foi contra reservas do Santos e depois do Palmeiras, fez apenas o seu melhor), respirou um pouco mais aliviado e agora conta com todas as ferramentas para permanecer na primeira divisão.

Ontem o time foi consciente. Saiu na frente, tentou manter o toque de bola e tirar proveito da falta de entrosamento dos reservas palmeirenses. E quando o adversário se abriu, armou o contra-ataque e chegou ao segundo gol, liquidando a partida.

Para a semana que vem, falta muito pouco. Precisa dar tudo errado para cair. O empate em casa, contra o Vasco, já dá a garantia matemática. Mas até mesmo com derrota pode manter a posição, porque a diferença de saldo para o time carioca é enorme (-11 a -26), do Figueirense um pouco menor (-11 a -15) e só o Avaí pode passar em pontos. Mas o Avaí enfrenta o Corinthians, em São Paulo, e o campeão brasileiro, que perdeu ontem para o Sport, tem a chance de uma despedida em alta.

Resumindo: está tudo na mão. Pachequinho, artilheiro de tantas glórias, está novamente escrevendo seu nome na história do clube.