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Não somos só nós. Os argentinos também estão inseguros. Afinal de contas, a campanha deles nesse início de disputa das Eliminatórias para a Copa do Mundo da Rússia é pior do que a da seleção brasileira. Um ponto conquistado apenas, derrota em casa para o Equador e empate com o Paraguai, em Assunção.

E para a partida de hoje, três sensíveis desfalques: Messi, Agüero e Tevez. Ausências que cortam um pouco do sempre exagerado otimismo que expõem nos confrontos diretos entre os dois países, comportamento esse que se assemelha muito ao que vivíamos semanas atrás, quando Neymar cumpria suspensão e não podia ser escalado.

Mas isso é só na teoria, pois qualquer confronto entre Brasil e Argentina foge às regras convencionais do futebol. A rivalidade intensa produz um fluxo de adrenalina nada comum a outros jogos e leva a resultados às vezes surpreendentes, nem sempre privilegiando a seleção que se encontra em melhor momento. Para refrescar a memória, há a lembrança daquela partida no Morumbi, com vitória brasileira construída em cima de dois gols de Vampeta. Sim, gols de Vampeta.

Se eles cultivam lá seus problemas, nossa situação por aqui também é de instabilidade. A seleção brasileira não foi lá essas coisas nas duas primeiras partidas das Eliminatórias. Foi atropelada pelo Chile na estreia, sem chance para qualquer contestação, e passou burocraticamente pela frágil Venezuela a seguir, expondo a flagrante dependência de Neymar.

Hoje ele joga. O que já conta como handicap favorável, pois é o único provido de recursos individuais suficientes para construir um resultado. Resta saber quem sai, entre Ricardo Oliveira, Douglas Costa e William.

São duas linhas táticas. Mantendo Oliveira, este seria a referência na frente, com Neymar flutuando por onde gosta para se aproximar da área. Saindo qualquer um dos outros dois, o craque seria o ponto mais avançado na frente – o tal do falso 9, como costuma-se dizer – e assumiria a função de principal finalizador.

Douglas Costa é mais objetivo, mais agudo do que William, embora o treinador jamais tenha permitido que ele desempenhe na seleção o mesmo papel que tem no Bayern – o que, aliás, é defeito crônico dele, Dunga, e de seus antecessores, que convocam os jogadores pelo que eles rendem nos clubes e propõem outras funções que às vezes nada têm a ver com a que costumam exercer. Elias, por exemplo, que joga solto no Corinthians, é obrigado a ser volante das antigas na seleção. E rende 50% do que pode, como consequência.

Mas, seja como for, tudo isso é relevado no instante de a bola rolar. Quando o árbitro apitar, uma nova história do futebol estará sendo contada. Com dois dos principais protagonistas de todos os tempos, pois Argentina x Brasil é sempre um clássico.

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