O Atlético dependia apenas de suas próprias forças para manter a liderança nessa largada de Campeonato Brasileiro. E jogou com tal empenho contra o Figueirense que a vitória veio como consequência.
Não que a partida tenha sido fácil, nada disso. Os catarinenses têm um time tinhoso, de boa marcação e souberam ocupar os espaços de campo, dificultando ao máximo as ações dos rubro-negros. Tanto que, a rigor, foram apenas três arremates a gol dos atleticanos, todos no primeiro tempo – o gol de Nikão e duas bolas de Walter, uma para fora e outra defendida pelo goleiro. No segundo tempo, então, nada, a não ser a frieza e a concentração no toque de bola para valorizar o resultado.
Porque a essência do futebol garante que vitória por meio a zero já conta pontos. E o 1 a 0 de ontem ficou na medida suficiente para garantir mais três no ativo e a manutenção do serviço com melhor aproveitamento nessas primeiras cinco rodadas.
Sim, é quase o mesmo time que deu vexame no campeonato estadual. Só que agora conta com o “efeito Walter”, que não é nenhum super-craque, mas é jogador diferenciado, com boa noção de espaço, de bons lançamentos e de visão de jogo privilegiada – foi dele o precioso lançamento para o belo gol de Nikão.
O que o técnico Milton Mendes conseguiu dar a esse time, além de uma disposição tática um pouco mais organizada, foi a consciência dos limites. Os jogadores sabem muito bem o que são e até onde podem ir. Por isso, batalham por todos os resultados como se fossem definitivos, decisivos (e na verdade o são em competição de pontos corridos).
Pode não ser o suprassumo da técnica, não ter jogadas brilhantes, mas joga pelos objetivos. E o de se manter líder do campeonato foi ontem, mais uma vez, alcançado.
Perigo à vista
Preocupação no Alto da Glória. O Coritiba tem dois jogos fora de casa pela frente e, a manter a performance dos últimos tempos, corre sério risco de entrar para a zona de rebaixamento.
A questão que pega é a falta de mão de obra qualificada. Ruy e Thiago Galhardo chegaram após a tristeza da perda do título estadual e até deram uma consertada no meio de campo do time. Mas não são infalíveis nem super-homens. Tanto que um caiu de rendimento e outro se machucou. E aí o técnico se viu novamente sem opções para recompor o setor, que voltou a carecer de um armador, um municiador das jogadas de ataque.
Tanto que se deu mal em casa, sofrendo para ganhar dos reservas da Ponte Preta e perdendo para o Avaí. Hoje tem o Fluminense, domingo o Internacional, ambas as partidas fora de casa. O que se pode esperar?