Sempre falta muito pouco. De umas rodadas para cá o Paraná Clube conseguiu estabilizar sua equipe, equilibrou a campanha na Série B e, de repente, passou a ser visto como um candidato em potencial a assumir uma posição entre os quatro melhores colocados, candidatos ao acesso ao término da temporada.
Aliás, essa foi a meta dessa nova diretoria, anunciada no início do ano. O Campeonato Paranaense seria apenas um laboratório para estruturar a equipe que teria como alvo subir para a divisão principal do futebol nacional. E ali, ainda durante o Estadual, ocorreu o primeiro desvio, quando, empolgados pela boa campanha na largada, alguns cartolas passaram a cobrar resultados imediatos e a manifestar contrariedade com alguns resultados teoricamente não esperados.
Foi-se o laboratório, atropelado pela irracional paixão de quem parecia mais interessado em comemorar o hoje do que a grande conquista futura. O ambiente interno se deteriorou, caíram técnico e cartola e houve a necessidade de pronta intervenção para evitar danos maiores. E assim, aos poucos, a caminhada sólida foi restabelecida.
Mas ainda em termos, é bom salientar. Porque parece existir uma estranha barreira a impedir a transposição daquele último degrau antes de atingir o G4. Já havia sido assim na semana passada e novamente o tropeço se repetiu na partida de anteontem. Justamente em dois jogos consecutivos em casa, com a possibilidade real de se obter seis pontos e, aí sim, desfilar entre os primeiros classificados.
Mas o Paraná Clube não consegue fazer gols. Dois empates por 0 a 0, com boas chances desperdiçadas e uma incrível coincidência de receber goleiros adversários inspirados, a realizar defesas próximas do impossível.
E lá se foi a melhor chance de estar lá no alto, provavelmente na terceira colocação. Agora precisa recomeçar, retomar o embalo e tentar detectar que mal é esse que impede o passo a mais, a transposição de time comum para protagonista da competição.
O padrão Autuori
Paulo Autuori está conseguindo fazer o Atlético jogar. Consegue superar até mesmo os desfalques frequentes que a diretoria lhe proporciona sem oferecer qualquer reposição. A vitória em Minas foi de um time com personalidade, que se molda à inspiração de seu treinador – responsável pela radical transformação no rendimento do primeiro para o segundo tempo.
O Atlético chegou a dormir por uma noite no G4, perdeu a posição para o Santos, mas agora tem boas chances de se firmar novamente entre os melhores, com as duas partidas seguidas que fará em casa (Vitória e Fluminense). Desde, é claro, que não esbarre também no “quase” que às vezes atrapalha algumas exibições na Baixada.
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