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O lance, por si só, não justificaria a aplicação de qualquer cartão. Nem vermelho nem amarelo, pois havia sido apenas uma falta simples de jogo. Mas o que pegou – e a televisão mostrou claramente – foi o xingamento ao árbitro. Assim que este apita e marca a falta, Kléber se dirige a ele e solta o palavrão. Quando vem o cartão vermelho, na hora Kléber diz não ter sido para ele e sim para João Paulo, que estaria atrás do apitador, embora não tivesse participado do lance nem estivesse tão próximo.

O que é preciso questionar não é a ação de Raphael Claus isoladamente, pois, na teoria, ele estaria correto, teria sido ofendido. Na teoria, apenas, pois há momentos nos quais a arbitragem tem de relevar certos comportamentos, que é o corriqueiro entre os apitadores. Como entender e interpretar a intensidade de um palavrão, que, no caso de ontem, pareceu ter sido proferido mais em explosão de desabafo pela interrupção do lance do que no sentido de ofender quem quer que fosse.

Não foi assim que entendeu o juiz da Fifa, radicalizando ao decidir expulsar de campo o atacante do Coritiba que mal havia entrado no jogo. E se até então a situação estava difícil, com a vantagem para o Fluminense no placar, dali em diante, com um tempo todo pela frente, não seria de se imaginar diferente.

Sim, mas foi diferente. O Coxa foi valente e conseguiu superar todas as dificuldades da inferioridade numérica e da tensão gerada pela expulsão de seu jogador. Tanto que atacou como se estivesse com gente a mais, pressionando os tricolores em seu campo. E aí foi premiado, com o gol de Leandro, que gerou o empate final. Merecidíssimo e comemorado, pelas circunstâncias em que ocorreu.

O empate garante a mesma posição que uma vitória daria, mas ainda a três pontos da zona do rebaixamento. Pelo menos consegue manter dois concorrentes diretos ali no meio.

Ponto suado, ponto ganho. Com muita raça e valentia.

A sina de visitante

Para hoje, missão quase impossível do Atlético: vencer fora de casa.

Na comparação entre as equipes, tem muito mais time que o América-MG, virtualmente rebaixado na temporada. Mas nem mesmo essa distância técnica permite apostar no escuro na vitória rubro-negra em Belo Horizonte.

O próprio técnico Paulo Autuori já tentou primeiro entender e depois explicar o que ocorre com sua equipe longe de sua torcida. Mas não há mesmo argumento que possa definir essa discrepância, pois o mesmo time seguro, incisivo, que se apresenta em Curitiba não consegue se apresentar a contento quando tem viagem pela frente.

Um empate hoje, que seja, já devolve ao Atlético uma posição na lista de classificação da Copa Libertadores da América. Mas o time tem condições de vencer fora. Desde que saiba disso e saiba como – o que parece ainda não ter descoberto.

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