Seria muito difícil Ney Franco resistir. Não na mentalidade que rege as coisas do futebol brasileiro. Mas como temos aquela filosofia do “fato novo”, seja em que circunstância for, o Coritiba trocou o comando técnico para ver se consegue escapar do rebaixamento nas rodadas finais do Campeonato Brasileiro.

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Muito pouco tempo. Aí, sinceramente, não acredito. Por mais que torça para uma possível fuga desse atoleiro (quanto melhores estiverem os times paranaenses, melhor para todos nós que trabalhamos direta o indiretamente ligados a eles), não consigo vislumbrar salvação na lógica. Não apenas pelos poucos pontos em disputa, mas principalmente por causa dos adversários que o time terá pela frente. A começar pelo Corinthians, nesse fim de semana, com a gana de jogar a partida do título nacional perante uma torcida que já lotou o estádio com as vendas antecipadas de ingressos.

Os matemáticos, que nessa época do ano são os mais requisitados para exporem suas contas e suas teorias, dizem que 46 pontos é a contagem segura para uma equipe não correr qualquer risco. Significaria a necessidade de o Coritiba somar 14 pontos dos 15 ainda a disputar. Na hipótese mais otimista, dos 44 pontos, mais 12. Margens muito altas para quem não consegue juntar duas vitórias seguidas, ou algo assim.

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Como é difícil passar pelo turbilhão corintiano que se avizinha, a perspectiva de salvação poderia ser projetada adiante. No confronto direto com o Goiás, lá em Goiânia? Na partida contra o Santos (hoje o grande time do campeonato), disputando diretamente vaga na Libertadores) ou contra o Palmeiras, que também disputa a mesma vaga – embora as partidas ocorram próximas à decisão da Copa do Brasil, com os dois envolvidos.

Talvez a última rodada seja de alívio, possivelmente contra o Vasco da Gama já rebaixado, pois vai ser difícil o frágil time carioca conseguir se segurar até lá. Mas será que também o Coxa não estaria mais sem chances de nada?

Pachequinho assume o comando da equipe, tentando fazer o impossível contra o virtual campeão brasileiro. Ney Franco vinha pecando em algumas decisões, é verdade, mas o que o técnico interino tem à mão não é suficiente para assegurar melhor sorte no fim de semana.

O nível da equipe é fraco, há poucos valores que ainda podem ser lapidados para um futuro breve, mas a maioria dos jogadores parece já ter virado o fio, antevendo muita angústia nesse pouco mais de mês que resta para o término da temporada.

Se não for assim, se forem a campo e desmentirem todas as previsões pessimistas que há por aí, terei o maior prazer em reconhecer que não era nada do que imaginava. Mas, cá entre nós, não é de se acreditar.

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