Havia uma dúvida no ar. Minha, inclusive. A campanha de líder do Atlético tinha sido respaldada por vitórias nas partidas em casa, uma derrota fora para o Goiás e uma vitória em Joinville, contra o último colocado do Campeonato Brasileiro.
Como seria o comportamento do time num confronto contra uma equipe forte, jogando fora de casa? O teste foi ontem, em Porto Alegre, contra o Grêmio. E os atleticanos até que se saíram bem. Perderam, mas fizeram uma partida equilibrada, tiveram a chance do gol da virada, mas levaram, de quebra, o gol que marcou a vitória gaúcha.
Nenhuma catástrofe, resultado daqueles considerados normais, que a comissão técnica põe, antecipadamente, na conta dos possíveis pontos perdidos. Importante foi poder constatar a postura da equipe, que não se acovardou e jogou de mano, igual, perdendo o jogo por um lance circunstancial.
O Atlético se mantém no grupo de cima, segundo colocado, com bom respaldo para o que ainda de barra pesada vem pela frente. Com todas as limitações, com um trabalho de recuperação de jogadores, a liderança do técnico Milton Mendes vem funcionando a contento.
Muito cedo, ainda para soltar rojões. Mas, pelo menos por enquanto, podem os rubro-negros dormirem sossegados.
Frouxidão
No sábado, duplo desastre do Coritiba. Dentro e fora de campo. E talvez mais fora do que dentro, pois da fragilidade do time já se sabia. Como também se sabia não ser o técnico o problema que impedia melhores resultados na temporada. O time é fraco e mostrou-se assim, mais uma vez, contra o não menos fraco Flamengo. E como Ney Franco tem métodos muito parecidos com os de Marquinhos Santos (sábado, como seu antecessor, ele foi enchendo de atacantes em campos como se pudesse resolver assim), nada mudou e poucas são as perspectivas de mudar com esse material humano à disposição dele.
Mas o pior foi o que houve depois, com a invasão do espaço profissional do clube por torcedores. Não por culpa deles, pois, movidos pela paixão (ou pela raiva, sei lá), eles estão lá para isso, para pressionar, intimidar ou fazer o que fizeram.
O que marcou foi a frouxidão da diretoria coxa, que não tomou qualquer providência para impedir o contato direto desses sujeitos com os jogadores, expondo-os ao risco de (que saberia?) serem agredidos por uma maioria que poderia se descontrolar mais a qualquer instante.
E assim, jogo após jogo, ação após ação, atitude após atitude, tudo o que se imaginava de possível para trazer novos tempos ao clube com a troca de diretoria vai embora, tanto quanto a esperança de melhores dias.