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É cada vez maior o distanciamento entre o torcedor e a seleção brasileira. Já era grande, vinha crescendo com o passar dos tempos, mas tornou-se imenso após o inesquecível e doloroso 7 a 1 do Mineirão. Não há mais a mobilização vivida em outras épocas, quando tudo parava para priorizar um único assunto: a camisa amarela.

Maior prova disso é a cobertura da estreia dos comandados de Dunga nas Eliminatórias para a Copa da Rússia. Para muitos pode não parecer, mas o jogo é hoje, contra o Chile, em Santiago. Mesmo assim, o espaço destinado à seleção brasileira é mínimo. Pode verificar, em uma passeada pela internet, mídia impressa ou rádio. Apenas a televisão, detentora dos direitos de transmissão, dá maior amplitude ao noticiário, mesmo assim reduzido em relação a jornadas anteriores.

Não há mais transmissões diretas de treinamentos, atualizações online em sites esportivos, flashes frequentes e intervenções diretas em programações de emissoras de rádio, nada disso. Antes, o noticiário da seleção nos invadia. Hoje temos de ir atrás, a muito custo, para tentar descobrir o que acontece por lá.

Por exemplo: qual é o time que joga hoje? Na bucha, completo, ninguém pode cravar. O treinador ainda não sabe se opta por defender ou por tentar equilibrar as ações contra os campeões da Copa América. E aí, pensando bem, não se pode tirar as razões da dúvida. Afinal de contas, não somos mais os poderosos astros sul-americanos, que passavam por cima de quaisquer adversários, com um enrosco ou outro contra argentinos e uruguaios.

Para esse confronto de Santiago, temos de reconhecer, os chilenos são favoritos. Primeiro, por contarem com a melhor geração de sua história de futebol. Segundo, por não contar a seleção brasileira com seu único jogador fora de série, Neymar, suspenso. Terceiro, porque vêm no embalo de uma conquista inédita e se apresentam à calorosa torcida pela primeira vez desde aquele momento épico.

Não que os brasileiros não possam surpreender, o futebol permite tudo. Afinal de contas, lá mesmo, no Estádio Nacional, em 2000, a seleção de Salas e Zamorano deu show e ganhou daqueles que seriam os campeões mundiais dois anos depois. Com folga, 3 a 0, a primeira e inesquecível vitória dos então fregueses garantidos.

É bom lembrar que o Brasil é o único país que teve sua seleção participando de todas as edições de Mundiais. Sem ter sido ameaçado de ficar fora em nenhuma delas. Talvez ainda não seja o caso, pois são quatro vagas para o continente, mais uma de repescagem. Mas, pela primeira vez, começamos a assistir um torneio eliminatório com a pulga atrás da orelha. A começar por hoje, quando o empate já será satisfatório (quem diria?) ao planejamento de classificação.

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