Com Atletiba ninguém se arrisca. Exceto nas provocações em redes sociais – quando o esconderijo da tela encoraja as pessoas a serem o que não são exatamente. Não há quem ouse arriscar favoritismo ou cantar de galo, antecipando a conquista de seu time.
Muito pé atrás entre as pessoas com quem tenho conversado. Curiosamente, em questão de poucos minutos, em guichês do serviço público, dois torcedores puxaram assunto em relação à decisão do Estadual. O primeiro deles perguntou-me se eu achava que o Coritiba teria chances. Claro que tem, mas o Atlético também – respondi, emendando com a mesma pergunta para ele, coxa-branca. Ficou na dúvida, está gostando do time, principalmente nas exibições mais recentes, mas entende que tudo vai depender de Kléber, que, se for bem marcado, poderá ficar nervoso. Acredita, quer confiar, mas ainda não consegue gravar.
No guichê, um jovem atleticano. Fez a mesma pergunta, claro que no enfoque dele, e ouviu a mesma resposta. E quando teve de opinar, mostrou-se desconfiado. O time não produz do meio pra frente, o Marcos Guilherme não está jogando nada – suspirou.
Tecnicamente, o Coritiba vive melhor momento. A equipe foi se encaixando com o passar das rodadas e se estabilizando com a garantia da permanência do treinador mesmo após alguns esperados tropeços de início de temporada. Chegou às melhores apresentações em momentos importantes, mas, é verdade, não teve no PSTC um sparring que justificasse plena confiança no que vem pela frente. E ainda não tem certeza de poder contar com todos os titulares para a primeira partida da decisão, dependendo do departamento médico até o último instante.
No Atlético há o peso do vice, que tanto tem assombrado seus torcedores. Voltou a ser vice ainda outro dia, perdendo a final da Primeira Liga, assim como acumulou outros tantos vices nas decisões mais recentes contra os alviverdes. Pode não ter efeito direto no comportamento dos jogadores, mas mexe, sim, e muito, com os torcedores, que certamente não estarão tão tolerantes quanto deveriam no jogo de domingo que vem, na Baixada.
Na comparação técnica, o Atlético ainda tem problemas. Walter não se achou lá na frente e André Lima sempre rende quando entra no segundo tempo. Mas não sabe como o time funcionaria com ambos em campo desde o início. Problema também no meio de campo, com Otávio suspenso e o anúncio de seu substituto. Com Deivid há maior segurança de marcação, mas a saída de bola é prejudicada. Com Hernani, abre um pouco, sai melhor e ganha um bom finalizador. Seria a opção lógica para quem joga para abrir vantagem em casa?
Mas, seja como for, é Atletiba. E neste clássico, em particular, o imponderável sempre atuou – em menor ou maior escala. E não deverá ser diferente no domingo, quando o campeão começará a ser encaminhado.