Conversei com os dirigentes do Operário Ferroviário que estiveram na festa dos melhores do campeonato, promovida aqui pela Gazeta do Povo. Tanto o presidente quanto o diretor de futebol garantiram a permanência dos jogadores campeões paranaenses para a jornada do calendário nacional. Mesmo que a quarta divisão, a Série D, tenha data de início somente para o mês de julho.
Seria mesmo importante que tal premissa se realizasse, mas, numa análise fria, será muito difícil conseguir manter o grupo, incluindo o vitorioso treinador. Isso porque apenas um jogador tem contrato que cobre o período de disputa da competição seguinte e todos os demais têm de negociar um novo compromisso a partir dos próximos dias. E o inevitável assédio de outros clubes já começou, mexendo com a cabeça dos atletas e, principalmente, de seus empresários, que nem sempre vêem o bem futuro e sim o interesse imediato.
Com base nisso tudo, se o Operário conseguir manter pelo menos 70% do time (perdendo, digamos, uns quatro jogadores) ainda conseguirá se estruturar para a disputa eliminatória que levará quatro clubes à terceira divisão. Caso contrário, apenas repetirá a história de tantos outros de nossos representantes, que saíram fortes do campeonato estadual e feneceram na disputa nacional. Aconteceu recentemente com Cianorte e Londrina, que passaram raspando, mas sentiram falta de suas principais peças no momento decisivo. E no ano passado o Tubarão subiu justamente por ter mantido a estrutura da equipe campeã paranaense.
O que não passa na cabeça dos profissionais (dirigentes, treinadores ou atletas) é que nem sempre uma pretensa vitrine escancarada agora é o melhor ponto de visualização. Explico: sair de um time certinho pelo conjunto para arriscar a individualidade em outra agremiação na qual se apostaria em possível encaixe poderia não ser a melhor alternativa para a continuidade de uma carreira. São tantos e tantos os casos de atletas que se destacaram em equipes menores por força do conjunto e que se apagaram em outras, justamente pela falta do tal entrosamento. Em alguns casos – e talvez seja esse de agora, do Operário – talvez valha a pena apostar em mais um semestre de certeza do que arrancar para novas aventuras com resultados questionáveis.
Mais vale a pena integrar um grupo que tenha um objetivo maior, para cima, do que participar de uma campanha voltada para baixo, ou seja, para tentar fugir daqueles últimos colocados. A valorização e o reconhecimento, objetivo de qualquer profissional, virão com um pouco mais de tempo e em maior intensidade.
Resumindo: esse time do Operário, campeão paranaense, se mantido, tem tudo para subir no campeonato brasileiro. Deu liga e é muito bom.
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