Ele fez a diferença mais uma vez. Kléber foi o dono do jogo em Foz do Iguaçu, não apenas pelos três gols que fez na vitória do Coritiba sobre o Foz, mas também por tudo que jogou. Fez a parede quando necessário, função de centroavante, e produziu lançamentos muito bem explorados pelo ataque coxa.
Com boa pré-temporada, sem lesões, volta a se mostrar como aquele jogador que chamou a atenção pela técnica pelos clubes onde brilhou. Talvez tenha sido o melhor reforço do Coritiba na temporada. Dos novatos, Leandro também foi bem, começou a se soltar e, com Negueba e Kleber, começa a formar um ataque muito poderoso.
Vitória folgada, tranquila, com três gols e duas bolas na trave. E a liderança garantida nessas duas primeiras rodadas.
Pela tevê, aqui de Foz, vi a vitória do Atlético em casa. Sofrida, contra um Maringá que só se interessou em se defender. Mas justa, pelo volume de jogo e pela pegada rubro-negra.
Novos tempos
Os paranistas estão mais animados. Ao que tudo indica já é passado o período de turbulência que tantos danos trouxe ao clube e principalmente ao time nesses últimos tempos. Agora, respirando melhor, sente-se no torcedor a esperança de poder voltar a ver seu clube protagonista e não mais mero coadjuvante de um calendário esportivo no estado.
São passos lentos, mas firmes, já iniciados na gestão de transição de Luiz Carlos Casagrande e agora consolidados com a nova administração. Não há debandada de atletas em fim de temporada, abalados pela falta de dinheiro para Natal, férias e Ano Novo. Desta vez os jogadores voltaram das férias e se apresentaram para o trabalho. Com exceções, claro, inevitáveis no volátil mercado do futebol, que não consegue manter seu patrimônio perante a grande especulação existente.
Manteve-se a base. Ou pelo menos boa parte dela, o que já foi um progresso em relação a temporadas anteriores, quando tudo começava do zero em janeiro e, por contratações atropeladas e empurradas por empresários, tinha de ser refeito em abril, com a reformulação quase total (novamente) do grupo.
A estabilização das contas permitiu ao Paraná poder prometer e cumprir compromissos com seus profissionais, atraindo-os a permanecer no clube. Com a contratação pontual (e não mais na correria de dantes) de um ou outro reforço, o time começou a ser montado com parcimônia e o primeiro sinal positivo veio na goleada de domingo perante o Malucelli, na boa largada do campeonato estadual.
Pode ser pouco ainda, apenas um rompante de estreia. Mas, mesmo com o adversário irreconhecível, não jogando praticamente nada, o Paraná se comportou como grande em campo, impondo seu ritmo e apresentando suas boas-vindas à torcida.
A partida desta noite, em Ponta Grossa, vai funcionar como um bom teste. O campeão Operário perdeu na estreia para o Atlético e certamente vai forçar o ritmo buscando reabilitação. E os tricolores vão poder mostrar se realmente têm garrafas vazias para vender.
Estratosfera
Os números revelados da contratação de Josep Guardiola pelo Manchester City ultrapassam todos os limites do imaginário. O futebol internacional está atingindo níveis perigosos, privilegiando alguns clubes abençoados pelos mantos das grandes fortunas, e criando uma grande distância em relação aos demais. Foi assim, anos atrás, quando o dinheiro russo encheu o cofre do então modesto Chelsea, no segundo plano de Londres, e agora se repete com o outro inglês, o eterno coadjuvante de Manchester. Há quem pergunte se Guardiola (ou qualquer outro na situação) vale tudo isso. Vale, sim, a partir do instante que há alguém em condições de pagar. Funciona assim para qualquer profissional, em qualquer área de trabalho. Mas que é um absurdo acima de qualquer realidade razoável, isso é.
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