Coube ao Coritiba salvar a honra do futebol paranaense na abertura do Campeonato Brasileiro. E com todos os méritos. Foi o melhor durante todo o tempo do jogo corrido e fez do goleiro Fábio, do Cruzeiro, uma das grandes expressões em campo, com, pelo menos, quatro defesas incríveis em arremates alviverdes.
A defesa coxa voltou a mostrar-se segura e o ataque mineiro quase não teve oportunidade de passear pela grande área dos donos da casa. O meio de campo ainda carece de criatividade, mas já mostrou recuperação de alguns sinais de lucidez, esquecidos nas finais do Campeonato Paranaense. E a linha de frente teve melhor rendimento com a entrada de Vinícius, bem mais objetivo e agudo que Negueba.
O resultado foi importante, não apenas pelos três pontos conquistados na estreia, mas principalmente para aplacar as tensões advindas do terrível desempenho na decisão estadual, que já levantavam as primeiras ondas de desconfiança e insatisfação internas em relação ao futuro da equipe alviverde no Brasileirão.
Ainda falta muito para se aproximar do ideal, o time é carente em algumas posições, mas largar mantendo o serviço é importante. Ainda mais se considerarmos as durezas que virão na semana, na Copa do Brasil e no Nacional.
O Atlético, de seu lado, foi a grande decepção. Nacional, inclusive, pela expectativa que havia criado com a irretocável conquista do título estadual. O Palmeiras até era favorito, por largar em casa, em estádio lotado e pelo tempo de preparação que teve, ao ser eliminado das competições que disputava.
Mas a diferença de gols jamais poderia ser esperada, a não ser por quem assistiu o jogo e acompanhou o descontrole dos atleticanos no segundo tempo, como que anestesiados pelo rapidíssimo gol de Gabriel Jesus, desmontando tudo o que havia sido combinado no vestiário na busca de possível reação ao 1 a 0 de então.
Na Série B, uma derrota que poderia ser previsível do Paraná Clube (embora eu achasse que haveria chance de vir ponto de lá), pela força que representa o Brasil jogando em Pelotas. Mas o time não soube reagir ao primeiro gol e quando perdeu um jogador, expulso, aí não teve mais como chegar à qualquer reestruturação. Levou mais um gol e ficou sem qualquer ponto.
Como o Londrina, em casa, que não soube se comportar como favorito contra o CRB. O pecado talvez tenha sido a troca de muitos titulares (que vinham bem do Campeonato Paranaense) apenas em razão de uma só exibição abaixo do desejável contra o Cruzeiro, na eliminação da Copa do Brasil. O resultado foi o desentrosamento visível dos novos valores e a falta de pegada que a união da equipe anterior proporcionava. Os alagoanos levaram os três pontos com justiça.