Poderia ter sido menos traumático. O afastamento do presidente Rubens Bohlen do comando do Paraná Clube já era dado como favas contadas. Seria apenas uma questão de tempo. Poderia ter ocorrido no mês passado, quando o grupo de conselheiros denominado “Paranistas do Bem” se propôs a assumir o clube e a injetar recursos para uma reabilitação financeira a curto prazo.
Lembro-me de que nas primeiras declarações desses dissidentes havia quem considerasse até espaço para a manutenção de Bohlen, ainda que em outra função, sem o poder da decisão final, o peso da caneta.
Mas o presidente não aceitou qualquer composição, nenhuma argumentação. E pediu apenas um tempo para apresentar um plano de salvação financeira do clube. No máximo em 30 dias, um prazo estranho para quem já dirigia o clube havia alguns meses sem qualquer iniciativa de resolver as questões internas.
Até que o presidente, pressionado, chorando, renunciou. Não sem antes prestar queixa, denunciando ameaças à sua integridade física e à de seus familiares.
Foi tudo feito da pior maneira possível e, se o ambiente no clube já não era dos melhores, agora está à beira do insuportável. Mesmo porque o grupo que havia sido formado para gerir o clube havia sido desfeito devido à intransigência de Bohlen em tentar pelo menos compor e hoje já há quem não esteja mais disposto a dispor de parte de seu tempo em prol da agremiação.
E o futuro do Paraná Clube, que parecia poder se desanuviar, dias atrás, agora parece estar cada vez mais sombrio.
A última vaga
Apenas uma vaga ainda não foi preenchida para a fase de confrontos diretos do Campeonato Paranaense. E é nessa vaga que o Atlético aposta seu futuro da competição, embora as possibilidades de classificação sejam mínimas.
Pelo menos a boa exibição na goleada sobre o Nacional recuperou um pouco da credibilidade da equipe, que, ainda assim, terá muito a penar para passar pelo Londrina, fora de casa, nessa rodada final.
O Londrina está classificado, mas mal posicionado, situação que uma vitória sobre o Atlético poderia resolver, permitindo melhor colocação na tabela e vantagem de mandar o segundo jogo em casa na primeira rodada da fase eliminatória. Vai jogar pra valer, portanto.
O concorrente direto do Atlético é o Cascavel, que só precisa vencer o Foz, em casa, para não depender de outro resultado. É confronto direto de dois rivais regionais e o Foz pode, muito bem, tirar ponto, pela mesma razão que o Londrina – melhorar sua classificação e ter o mando do segundo jogo.
Tudo muito difícil para os rubro-negros, que abusaram nos erros e agora correm atrás do quase impossível.
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