Quando levou o gol do Milionários, o Atlético poderia ter tremido e aberto a guarda, lá em Bogotá. Não o fez. Manteve a serenidade e conseguiu levar a partida até o fim com o placar igual ao que havia construído em Curitiba. Ficou no 1 a 0 e levou para os penais.
Nas cobranças, a aposta de sempre no goleiro Weverton. Que fez a parte dele, pegou um e ainda viu outra bola arrematada na trave. Os atleticanos acertaram quatro cobranças e tudo se resolveu. Time classificado para a segunda fase da Libertadores.
Coritiba e Paraná Clube passaram sufoco, mas conseguiram seguir em frente na Copa do Brasil. O Coxa perdeu muitas chances no primeiro tempo, desde uma defesa do goleiro até outra incrível, na cobrança de pênalti de Kléber. Mas o gol salvador do segundo tempo salvou a situação, permitindo maior tranquilidade até o fim da partida.
Já o Paraná Clube ficou na expectativa até o último instante, perdendo por 1 a 0, até que Renatinho, que não é lá dos maiores, fizesse o gol de cabeça da classificação, aos 46’ do segundo tempo. Passou também e garantiu um reforço de caixa para a próxima fase.
Ficou para trás apenas o Londrina, desclassificado pelo Gurupi.
Encantadora Chapecó
Fiquei impressionado com Chapecó.
Como não houve acordo e o contrato de transmissão das partidas do campeonato paranaense pelo pay-per-view, tenho sido escalado para cobrir alguns jogos do campeonato catarinense. E no último fim de semana estive no Oeste do vizinho estado, acompanhando a partida da Chapecoense em casa.
Pude sentir, sensibilizado, a união da população local em torno do clube, força da tragédia da queda do avião com a delegação no fim de novembro. Onde quer que se esteja, em qualquer canto da cidade, há um símbolo da equipe sendo exibido. Até a bandeira do grande mastro – que costuma ser a nacional – agora é a da Chape, simbolizando o sentimento de cada morador dali.
Há outdoors espalhados por todas as ruas (alguns oportunistas, verdade, de políticos que tiraram proveito da situação, o que é normal em qualquer parte e que felizmente são ínfima minoria), bandeiras nas janelas, nas fachadas dos estabelecimentos comerciais, nos carros e em qualquer local que se possa imaginar.
E o sentimento de perda ainda é muito forte, apesar de a retomada já ter ocorrido e a nova temporada do futebol ter iniciado. Para se ter uma ideia do que pronunciar o nome da Chapecoense representa, quando fui pagar a conta em um restaurante, o rapaz do caixa perguntou o que estávamos fazendo na cidade e de onde éramos. Quando disse que iria transmitir a partida de dali a pouco – contra o Almirante Barroso -, ele nos desejou boa transmissão, começou a falar do novo time e seus olhos lacrimejaram. Compreensível.
Mas não é apenas isso. O povo de lá é muito receptivo, anfitrião, resumindo o que representa uma cidade bem resolvida, com índice de desemprego praticamente zero, ruas tranquilas e sem perigo (lembrou-me Toledo, um exemplo também aqui no Paraná) e um sistema de trânsito de invejar.
Não existem semáforos nas ruas principais, apenas um ou outro lá na periferia. Os cruzamentos são todos em rotatórias, de ruas com pistas em dois sentidos, separadas por um canteiro central. Como todos obedecem às leis do trânsito, o movimento flui naturalmente, sem atropelos ou engarrafamentos que poderiam ser normais numa cidade de mais de 200 mil habitantes.
Quero voltar sempre para lá.
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