É o que sempre se diz: Atletiba é único.
Não adianta fazer qualquer prognóstico, o grande clássico está acima de tudo. Como conta a história de times reservas ou improvisados superando titulares do outro lado e resgatando resultados heroicos. Não há parâmetros, tudo acontece no dia, na bola rolando, no sangue fervendo de cada protagonista do jogo.
Foi assim novamente ontem, na folgada vitória atleticana na Baixada. E construída com algumas circunstâncias bem interessantes. A começar pela “estranha” barracão de Jadson, ao que consta por recomendação da diretoria atleticana. A de Marcos Guilherme talvez fosse até de se esperar, pelo baixo rendimento apresentado pelo então titular. Então, um veto dos cartolas e outro do técnico. E o Atlético conseguiu se ajeitar de maneira que talvez nem o mais otimista dos rubro-negros pudesse esperar.
Mais do que isso, os escalados em questão foram alguns dos que brilharam na construção do placar. Ewandro, no belo arremate da entrada da área, respaldando a escolha do treinador. E Hernani, na perfeita cobrança de falta, que, mesmo no canto do goleiro, encontrou a rede. Aí não houve como não imaginar o recado dos dirigentes ao empresário ou à Udinese, que insiste em emperrar possível prorrogação do empréstimo de Jadson: “não somos tão dependentes assim, melhor a vitrine pra vocês...” Só que Hernani exagerou na comemoração e Jadson teve de entrar para garantir o resultado.
A superioridade do Atlético foi inquestionável. Mostrou mais espírito de decisão, deixando passar que as dificuldades encontradas tanto no mata-mata estadual quanto na reta final da Primeira Liga influenciaram no rendimento do grupo, levando lá para o alto o espírito de equipe e a combatividade.
O Coritiba, de seu lado, parece ter sido anestesiado pelas facilidades encontradas nas eliminatórias do campeonato estadual, defensivo desde os primeiros instantes da partida e sem punch para reagir já a partir do primeiro gol atleticano – que, vamos reconhecer, nasceu de jogada muito bem ensaiada, tirando a atenção dos zagueiros na área e permitindo melhor acesso a quem ataca.
Vitória justa, para quem sempre procurou o ataque e tentou construir o resultado.
Título decidido? Bem encaminhado, eu diria. Pois, como já foi lembrado lá em cima, em Atletiba tudo é possível. O jogo de volta deverá contar uma história bem diferente, que talvez tenha tudo a ver com os primeiros movimentos da partida.
O que se tira da partida da Baixada? Que o Atlético entrou decidido a esculpir o título no primeiro jogo, enquanto o Coritiba apostava na partida do Alto da Glória, mas sem competência para segurar as pontas na ida. Por ora, o atleticano comemora – e o torcedor não tem limites –, enquanto o coxa tenta encontrar argumentos para manter acesa a chama da esperança.
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