Parei para pensar em algumas anomalias do futebol brasileiro. A principal delas é o culto, quase idolatria, ao trabalho do treinador. Que, felizmente, está sendo superada pelo bom senso que deve reger o dia a dia de um clube.

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O tema me veio à cabeça com a vitória do Flamengo, ontem, em Chapecó. O time nunca foi lá essas coisas, mas também não era tão ruim quanto o técnico Vanderlei Luxemburgo fazia parecer. E com ele no comando os pontos não surgiam, embora todos os focos continuassem voltados à figura do treinador. Cheio de retórica, de frases feitas, mas, a rigor, com nada mais a mostrar dentro de campo.

Mas o mercado nacional, ainda viciado, nem considerou esses fatores. E então, alguns poucos dias depois, lá estava ele dirigindo o Cruzeiro, que só teve um pequeno enrosco, o suficiente para os passionais cartolas demitirem o bicampeão Marcelo Oliveira, em troca do rótulo construído por Luxemburgo nos anos 90.

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Pois o Cruzeiro também foi para o buraco, foi tudo muito pior, até que o prazo de validade do treinador venceu e ele teve de sair, com o time no limiar da zona do rebaixamento. Tanto quanto o Flamengo que o havia dispensado.

Ontem, em incrível arrancada, o Flamengo voltou a vencer e está, todo garboso, no G4, o grupo de classificação para a Copa Libertadores da América. Sem nenhuma saudade de seu ex-treinador. E o mesmo já se dá com o Cruzeiro, que já começa a se aproximar da primeira página da classificação, por onde não circulava desde os tempos de Oliveira.

Antes disso, o Grêmio já havia defenestrado Luiz Felipe Scolari, aquele dos 7 a 1. Sem ele, com os mesmos jogadores, o time subiu e hoje disputa posições lá na parte de cima, sem muitas luzes em torno do treinador Roger Machado. É assim que as coisas são, tudo em seu devido lugar.

Deprimente

Já teve o futebol paranaense melhores momentos nesta temporada. Pois esse fim de semana foi todo de baixo astral. Começou com o Paraná Clube entregando mais uma vitória em casa, no frustrante empate com o Paysandu.

Passou pela derrota do Coritiba, também em casa, para o Internacional (que não vencia por aqui desde 2003), perdendo outra oportunidade de respirar melhor, fora da zona de rebaixamento.

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Mas foi incompetente, tanto na cessão do lance do gol para o adversário marcar, quanto na falta de alternativas para buscar chances lá na frente. E perdeu porque o outro foi melhor.

E ontem foi a vez de o Atlético se deixar dominar pelo último colocado no campeonato. Levou um gol, depois outro, ciscou muito, mas não conseguiu nada efetivo para evitar a derrota no Maracanã.

Então, ninguém tem nada a conversar de futebol entre nós.