Não dá para reclamar. Empate em casa não é bom resultado, mas esse de ontem o Atlético pode até comemorar. Fez um gol de vantagem no primeiro tempo, mas o Cruzeiro dominou toda a segunda etapa, chegando ao empate, levando um gol em lance isolado do português Pereirinha e depois fechando o placar com o uruguaio Arrascaeta, um dos nomes do jogo, que mudou tudo quando entrou.
O outro grande destaque foi o goleiro Weverton, que fez pelo menos três defesas incríveis contra um adversário que foi melhor no todo. E aí a constatação: o Atlético não vai ser mesmo muito mais do que isso. Joga no limite e o limite é esse.
E o Coritiba caiu mesmo no descaminho. Ontem, em Joinville, até que ia bem, equilibrava as ações e chegava no ataque. Até Kléber sofrer um pênalti e decidir bater como se joga bola para criancinha. Toquezinho leve e à meia altura, na direção do goleiro, que defendeu sem dificuldade.
Dali em diante só deu Joinville. Verdade que os coxas têm do que reclamar em pelo menos dois gols catarinenses. Mas teve o controle do jogo na mão e não soube dele desfrutar. Deu no que deu, perdeu e voltou à zona de rebaixamento.
Cumprindo obrigação
Já foi um pouquinho melhor, mas é bom lembrar que o adversário era a Venezuela. A vitória da seleção, terça-feira, permitiu pelo menos que fosse assentada a poeira levantada após o fracasso na estréia com derrota nas eliminatórias para a Copa da Rússia.
Mas não deve contar com progresso ou evolução tática. Apenas como vitória, que, aliás, não seria mais que a obrigação, jogando em casa contra um oponente não dos mais qualificados.
E tudo ainda foi facilitado com aquele gol em segundos, que desmontou qualquer possibilidade de retranca dos venezuelanos e nos tirou a chance de percebermos uma possível variação tática proposta pelo treinador. Sim, porque com o placar favorável a história já passou a ser diferente e aí, menos tensos, todos os jogadores puderam se soltar um pouco mais, contribuindo para o melhor rendimento do time.
Quase todos, digo melhor, pois Oscar continua muito travado, muito estranho, completamente diferente da estrela que brilha no Chelsea. Talvez como consequência do mau costume dos técnicos brasileiros, de convocarem o atleta pelo que rendem no clube e exigirem funções diferentes na seleção, com as quais invariavelmente não estão habituados.
Nem tudo foi ruim, claro. Nem poderia, numa vitória. De bom teve a demonstração de um entrosamento melhor entre as peças, pois é preciso reconhecer que esse grupo é novo e ainda tem pouca rodagem conjunta. Há bons valores individuais com potencial que talvez se desenvolva com o passar do tempo.
Ah, ainda em tempo: alguém entendeu as possíveis razões para a troca de goleiro?
Na torcida
O pessoal do interior sempre acha que a gente é contra. Como se não fôssemos também do interior, apenas circunstancialmente trabalhando na capital.
Por essa razão pode até desconfiar, mas não abro mão da torcida pelo sucesso de nossos representantes nas séries C e D do Campeonato Brasileiro. O Londrina, campeão paranaense de 2014, está a um gol de chegar à Segunda Divisão, domingo à noite, no Estádio do Café, contra o Confiança. Basta fazer e não levar, para a festa dos 30 mil torcedores que certamente estarão presentes.
Ao Operário – da minha cidade de Ponta Grossa - cabe missão mais complicada, por ter sido derrotado em casa pelo Remo, que anuncia 50 mil pessoas no Mangueirão no jogo de volta. O Fantasma mantém boa parte do time, uma boa base, que foi campeão estadual dessa temporada e pode, sim, reverter a desvantagem no retorno de Belém.
Fica aqui, portanto, a torcida sincera pelos dois times do interior. O sucesso de ambos terá reflexos positivos em todos os quesitos do futebol paranaense e em todos que neles trabalham.