Qual é a melhor maneira de superar os questionamentos sobre suas recentes performances abaixo da média? Vencer, é claro, e Lewis Hamilton soube aproveitar a oportunidade ontem no GP de Abu Dabi.
Com uma atuação impecável, o inglês da McLaren mostrou porque sempre foi considerado um dos três pilotos mais talentosos de sua geração, ao lado de Alonso e Vettel.
Obviamente, a vitória foi facilitada com a saída do alemão da Red Bull ainda na primeira volta. Mas não dá para creditar a vitória de Hamilton apenas ao azar de Vettel. Ao contrário: o duelo entre os dois foi intenso no treino de sábado na luta pela pole e dava indícios de que poderia ter um outro capítulo na corrida de domingo.
Aqui, aliás, um parênteses: a pole de Vettel foi sua 14.ª no ano, igualando o recorde de Nigel Mansell em 1992. Esta foi mais uma conquista que demonstra a grandeza do mais jovem bicampeão da F1. Há quem tenha relativizado a conquista porque, na temporada deste ano, serão 19 provas, contra 16 daquela época. Mesmo assim, acredito que o feito de Vettel é ainda mais impressionante: a superioridade da Williams em 1992 era muito maior que a da Red Bull perante os rivais de hoje. O que se via naquela época era o carro de Mansell de 1 a 2 segundos melhor que seus rivais o "carro de outro planeta", como bem definiu na época Ayrton Senna.
Quem assistiu ao treino classificatório de sábado viu que, além de a Red Bull ter um carro bem competitivo, Vettel sempre "encontra" aquele décimo de segundo que o coloca à frente da McLaren e da Ferrari. Basta ver o desempenho de seu companheiro de equipe, Mark Webber, para ter certeza desta diferença.
Agora que Hamilton fez as pazes com a vitória, é torcer para que Felipe Massa também volte às suas boas atuações e conquiste pelo menos um pódio em São Paulo. Afinal, desde 1998 o Brasil sempre vê um de seus pilotos entre os três melhores em pelo menos um GP da temporada. E, convenhamos, não há palco melhor para esta redenção do que o autódromo de maior história do automobilismo nacional: Interlagos.
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