Ser colunista tem suas vantagens em épocas como a do começo da temporada de 2012, quando sete vencedores diferentes em sete corridas estabeleceram um ano histórico para a categoria. Mas a atual supremacia de Sebastian Vettel faz o melhor assunto ser mesmo a quantidade de recordes quebrado neste ano. No Texas, a vez foi a de vitórias seguidas na F-1, superando seu ídolo, Michael Schumacher. Quem torce por corridas cheias de surpresas tem que esperar 2014. Se você está nesta turma, fique tranquilo. Você faz parte de um time que inclui a dupla da Ferrari, Fernando Alonso e Felipe Massa. E por motivos distintos. O espanhol nitidamente está incomodado em ver como o time italiano perdeu terreno em relação aos rivais neste ano. Eu estava em Jerez de la Frontera no primeiro teste da pré-temporada 2013 e lembro da expectativa criada com o melhor tempo feito por Massa no circuito espanhol. Claro, ainda era janeiro, inverno na Europa, mas a Ferrari despontou o ano como uma das favoritas. Tanto que Alonso venceu dois dos cinco primeiros GPs (China e Espanha), a mesma quantidade de vitórias de Vettel até então. Ontem, no Texas, o espanhol teve que brigar muito (num belo duelo, por sinal) para conseguir superar a Sauber de Nico Hulkenberg (que segue dando show e segue sem cockpit para 2014). Além de ficar atrás de Red Bull, Lotus Renault e Mercedes, a Ferrari já luta para ser a "quarta força" neste final de Mundial. Esta decadência pode indicar que a escuderia de Maranello trabalha com intensidade no carro de 2014, quando o regulamento muda completamente, com os novos motores turbo 1.6. Campeonato perdido, foco total no ano que vem. Massa também tem motivos de sobra para querer celebrar o Ano Novo. Considero que o brasileiro, diante das opções que tinha, fez da Williams uma escolha racional por conta da estrutura de uma equipe que já foi grande, algo que será decisivo em ano de revolução no regulamento (a maior mudança em duas décadas). É claro que, para o torcedor, é estranho ver um piloto saindo da Ferrari para competir em um time que fez apenas 5 pontos em toda temporada – sendo 4 deles na ótima corrida de Bottas ontem no Texas. Para se ter ideia, o atual time do brasileiro fez 333. Mas a chance de liderar uma equipe, hoje de média para pequena, pode ser a redenção de uma carreira como a de Massa. A ausência da sombra de Alonso será a maior motivação para o brasileiro. Não há lugar melhor para fazer a reconstrução de sua carreira como piloto de ponta: em um time que, assim como ele, também quer voltar a ser grande.

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