Não podemos mais falar sobre um vencedor diferente em 2012, mas aposto que a maioria dos fãs ficou feliz em ver uma corrida tão movimentada como a do GP de ontem, em Valência. A prova foi eletrizante, protagonizada por um piloto que não apenas começa a se fortalecer na luta pelo título, mas também consolida um processo de mitificação na história do esporte a motor.
A maneira como Fernando Alonso conseguiu a vitória foi impressionante e, sobretudo, emblemática. O espanhol contou com a sorte, é claro, após os abandonos de Romain Grosjean e de Sebastian Vettel. Mas o piloto da Ferrari largou na 11.ª colocação e abriu passagem da largada até as voltas entre os pit stops para chegar em uma posição de disputa de liderança.
Após cruzar a linha de chegada, Alonso demonstrou uma emoção acima do usual. Também pudera. Foi impossível não lembrar das imagens da primeira vitória de Ayrton Senna no GP Brasil de F1, quando o brasileiro também parou o carro no meio do circuito e foi saudado de forma calorosa pelo público na própria pista, em 1991.
Ainda na comparação com o tricampeão brasileiro, Alonso parece viver uma fase como a de Senna em 1993: mesmo no jejum de títulos, mostrava estar no auge de sua pilotagem. Mesmo sem o melhor carro, dava espetáculos, como na chuva em Interlagos. Alonso não vence um título desde 2006 e, neste meio tempo, viu outros jovens talentos ameaçaram o seu posto de novo rei da F1, após ter destronado Michael Schumacher: Lewis Hamilton e Vettel.
Mas em Valência Alonso mostrou que, além de figurar entre os melhores de sua época, caminha para se tornar um mito na história do esporte da Espanha e também da Ferrari, que aprecia heróis emotivos e batalhadores, como ele vem sendo ao longo desta temporada.
Alonso lidera o Mundial e, mesmo sabendo que não tem o melhor carro, já percebeu que o forte equilíbrio deste ano joga a favor de seu enorme talento. A ameaça maior é mesmo Vettel, cuja vitória parecia certa com uma impressionante tocada na primeira metade da prova. O alemão, por sinal, conquistou uma marca impressionante em Valência: só tem menos poles na carreira do que Ayrton Senna e Michael Schumacher.
Uma estatística digna de um gênio na F1 e que só ajuda a engrandecer as conquistas de Alonso. Numa época em que a Espanha atravessa uma grave crise, o herói nacional ajuda a aliviar as desgraças econômicas de uma nação. Exatamente como fazia por aqui no final dos anos 1980 e início dos 1990 o Ayrton Senna do Brasil.
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