Quando a F1 2014 ainda ensaiava os primeiros passos em Jerez de la Frontera, na pré-temporada, já se percebia que o ano seria diferente: o domínio da Red Bull seria encerrado. Lembro da piada feita pelos jornalistas na sala de imprensa do autódromo espanhol, brincando com o nome do carro, RB10, que em inglês soa como "are beaten", prevendo que eles "seriam derrotados".

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A impressão logo virou cer­te­za, já que os campeões mun­diais nem sequer conse­guiam completar voltas. Pobre, Daniel Ricciardo, pen­sei ao deixar Jerez no fim dos testes. Afinal, o jovem talentoso, que teria a chan­ce de sua vida no carro que dominava a F1, via a Red Bull perder a hegemonia.

Pois seis meses se passaram e o australiano já conseguiu se consagrar como "a grata surpresa" de 2014, como es­crevi neste espaço após a primeira vitória dele na categoria, no Canadá. Aliás, ele já é uma "realidade", o único a vencer corridas fora a dupla da Mercedes – e, vale sempre lembrar, está constantemente à frente de seu companheiro de equipe, o tetracampeão Sebastian Vettel.

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Em um circuito travado, onde o motor não conta tanto, Ricciardo conseguiu fazer mágica. Algo que pode ser dito dos três pilotos no pódio, incluindo Alonso (magistral ao administrar o desgaste de pneus) e Hamilton (largou dos boxes!). A disputa do jovem piloto da Red Bull com Alonso e Hamilton fez deste GP, ao lado do Bahrein, um dos melhores da F1 atual.

A manobra de Ricciardo sobre Hamilton, na luta pela se­gunda posição, foi de tirar o fôlego. Assim como na ultrapassagem considera­da a mais bela da F1 (a de Nel­son Piquet sobre Ayrton Sen­na nesta mesma pista, em 1986), o australiano tam­bém fez uma primeira tenta­ti­va sem sucesso para, lo­go depois, executar a mano­bra por fora, conseguindo a posição de forma espetacular.

No campeonato, o duelo segue sendo Rosberg x Hamilton. A temporada lembra o duelo Senna X Prost com a McLaren "dos sonhos" em 1988. Mas as brigas internas e a maneira como se comportam na pista também apontam outra comparação: o duelo Mansell x Piquet em 1987. Hamilton, como seu compatriota, é o mais veloz. Mas Rosberg corre pensando no campeonato e acumula pontos sempre que a vitória não é possível.

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