Assistindo ao GP da Malásia, antes mesmo da bandeirada, pensei no título desta coluna, inspirado no livro de Fernando Gabeira e que virou filme de Bruno Barreto. Não seria de se estranhar se esta frase fosse ouvida no rádio de pilotos como Lewis Hamilton, Nico Rosberg, Mark Webber e Sebastian Vettel.
Começando pela Mercedes: em 2013, a dupla é bem mais explosiva que a dos três anos anteriores. Apesar de toda a história de Schumacher na F-1, em sua segunda "fase", em nenhum momento ele incomodou a posição de primeiro piloto de Rosberg. Com a chegada de Hamilton, tudo mudou.
Já na segunda corrida, os dois se colocaram em posição de disputa. O que fazer? Conhecendo o histórico de Ross Brawn, não há dúvida: nada de disputa na pista. Para a equipe, claro, foi a decisão correta, mas, vendo os lances espetaculares da disputa Webber vs. Vettel, certamente o fã de F-1 prefere a ação.
Só que a situação na Red Bull foi diferente. Webber já está cansado de se ver na situação de segundo piloto, embora a equipe austríaca insista em dizer que esta preferência não existe deixando para a Ferrari a má fama sobre "jogo de equipe". O próprio australiano já escancarou o problema quando venceu em Silverstone e soltou; "Ótimo "para um segundo piloto".
Após o GP de ontem, Webber mostrou toda sua indignação a Vettel, que inclusive pediu desculpas pela polêmica ultrapassagem. De fato, pelas declarações dos pilotos e do time, Vettel desrespeitou a ordem da Red Bull, que havia pedido para Webber mudar o mapeamento do motor e, assim, virar mais lento. O australiano só o fez porque tinha a garantia que não haveria ameaças de quem vinha em segundo no caso, o companheiro de equipe.
O que Vettel fez foi errado, mas antes de condená-lo é importante ressaltar que grandes campeões, como Piquet, Senna e Schumacher, também conquistaram vitórias de forma polêmica incluindo práticas pouco éticas com seus companheiros de equipe.