O que o treino classificatório teve de emocionante, o GP da Bélgica, ontem, teve de entediante. Quando a chuva não aparece (algo raro em Spa-Francorchamps), a tendência é que o circuito mais completo da temporada, com 7 km de extensão e todos os tipos de curva, acabe privilegiando os melhores carros. E, claro, os melhores pilotos.
Não por acaso, o pódio da Bélgica teve Sebastian Vettel, Fernando Alonso e Lewis Hamilton, trio de ferro que considero como os melhores da atual F1. Além disso, a prova evidenciou um quadro de superioridade da Red Bull, ainda que a Ferrari, segundo palavra do próprio Alonso, tenha evoluído após as férias de verão da F1.
Tanto que o espanhol conseguiu voltar à vice-liderança, graças também ao abandono de Kimi Raikkonen, que com sua Lotus vinha numa incrível sequência de 27 provas na zona de pontuação, recorde na F1.
Alonso subiu, mas Vettel ampliou sua vantagem em sete pontos e agora está 46 pontos na frente. É algo muito significativo para uma temporada que não é tão equilibrada quanto a de 2012.
Ainda vejo a Mercedes como a única a conseguir superar a Red Bull no curto prazo, mas Hamilton, em terceiro na tabela, também tem uma grande desvantagem para Vettel. Raikkonen já não era, em minha opinião, candidato ao título mesmo quando estava em segundo no campeonato: caindo para quarto, então, passa definitivamente a ficar em condição muito complicada.
Com o Mundial 2013 se encaminhando facilmente para o tetra de Vettel, cada vez mais a temporada de boatos ("silly season", em inglês) tende a monopolizar o noticiário.
Mas, assim como na classificação do campeonato, me surpreenderia se houvesse mudanças muito radicais, como Alonso na Red Bull. Com exceção da já anunciada saída de Webber, os outros candidatos parecem cada vez mais fortes em suas atuais posições, incluindo Alonso permanecendo na Ferrari e Raikkonen, na Lotus. E nada melhor que ver este cenário resolvido justamente na próxima corrida em Monza, na casa da Ferrari.