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Minha primeira viagem para Monza foi para cobrir o GP da Itália de 2000 e, além da memória do ambiente festivo dos tifosi, tenho como grande recordação daquele domingo o choro de Michael Schumacher após a vitória com sua Ferrari. O alemão havia igualado o número de vitórias de Ayrton Senna e a forte emoção de um piloto normalmente frio causou espanto.

Foi um GP histórico e, naquela altura, poucos imaginavam que estaríamos assistindo apenas aos primeiros capítulos de um domínio impressionante de Schumacher. Naquele ano, o alemão se tornou tricampeão, vencendo pela primeira vez o título com a Ferrari (quebrando um jejum de 21 anos) e emendou simplesmente cinco títulos nos anos seguintes, tornando-se heptacampeão e com 91 vitórias na categoria.

Ontem, foi a vez de outro alemão entrar para a história das estatísticas com uma vitória em Monza: Vettel agora está atrás apenas de Senna, Prost e do próprio Schumacher no quesito topo do pódio na F-1 (empatado com Alonso, com 32 triunfos). É impressionante o feito, ainda mais para quem tem apenas 26 anos.

O tetracampeonato está cada vez mais consolidado: apesar da ótima prova de Alonso, o ferrarista está 53 pontos atrás. O campeonato é longo, ainda faltam sete provas. Basta lembrar que, nesta mesma altura da temporada 2012, Vettel corria por fora, em terceiro lugar, com 40 pontos atrás de Alonso.

A Ferrari apresentou nítida melhora ontem, com boa atuação também de Felipe Massa (em momento fundamental para batalhar por sua renovação na Ferrari ou abrir portas em eventuais negociações). Mas a Red Bull segue tendo o melhor carro, com um piloto que o conduz com perfeição, sem exigir demais do conjunto – dá a impressão de que poderia acelerar ainda mais se quisesse.

Para quem gosta de mudanças de reinados, a boa notícia é que, no ano que vem, a F-1 verá uma verdadeira revolução, com a chegada dos motores turbo 1.6, a "maior mudança da categoria nos últimos 25 anos", como Christian Horner me definiu quando lhe perguntei sobre as novas regras de 2014. Enquanto isso, Vettel vai escrevendo sua história como um dos grandes nomes da F-1.

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