A profissionalização do futebol ocorre em diversas áreas, em velocidade impressionante. O esporte movimenta bilhões em todo o mundo. Atrai a atenção de milhões de torcedores por todo o planeta. Mas, inexplicavelmente, a arbitragem, um dos principais personagens do espetáculo, continua tratada como perfumaria.

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A regra – desmentindo Arnaldo Cezar Coelho – nem sempre é clara. Na última terça-feira, o Paraná deixou de somar dois pontos porque o árbitro baiano Arilson Bispo da Anunciação permitiu que a partida prosseguisse além dos três minutos de acréscimo que sinalizou. E 17 segundos depois de esgotado o prazo, o Atlético-GO empatou.

Quanto pode custar o equívoco? Esperamos que nada. O Tricolor tem forças e talento para buscar os resultados necessários e garantir o acesso. Mas e se, ao final da 38.ª rodada, faltarem um ou dois pontos para o objetivo. Quem pagará pelo imenso prejuízo?

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É evidente que o lance contou com a desatenção dos defensores paranistas, com a falta de malandragem dos atletas que estavam em campo, que não fizeram o "tempo passar", como deveriam. Mas o árbitro não pode fazer o que fez.

O árbitro é soberano para definir quantos minutos pretende acrescentar ao final de cada tempo da partida. E sinaliza isso aos seus auxiliares, que notificam, através de sinais luminosos, qual será o acréscimo. Pode até aumentar esse tempo, se assim achar necessário, mas deve novamente notificar a extensão. Nada disso aconteceu na Vila Capanema.

Finalizado o tempo de acréscimo de três minutos, a bola saiu para a lateral de campo. Os goianos cobraram o arremesso e o zagueiro levantou a bola na área paranista. O primeiro atleta adversário ganhou a disputa no alto e a bola sobrou limpa para o atacante atleticano empatar a partida. Falha clamorosa da defensiva, que perdeu na cabeça, e não acompanhou o autor do gol. Tudo perfeito. Não fosse esse gol realizado 17 segundos depois de terminado o tempo definido pela arbitragem. Portanto, gol ilegal.

Ao não simplificar as regras do futebol, deixando sobre o árbitro todas as decisões importantes, os velhinhos da International Board atrapalham o esporte. É desumano que uma pessoa apenas seja obrigada a ver, interpretar a intenção, marcar as infrações, penalizar os que descumprem as regras, cuidar do tempo etc. Já passou da hora da divisão de responsabilidades entre mais pessoas nas arbitragens de futebol.

Caso contrário, continuaremos vendo erros básicos e inexplicáveis, como o que decretou o empate do Atlético-GO. Um vacilo que pode custar ao Tricolor o acesso à Série A de 2014.

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Alguns podem até dizer: "Mas foram apenas 17 segundos". E estarão certos. Mas podem ser 17 segundos que mudam a história de um clube, de seus atletas e dirigentes, de sua nação.