Vários fatores contribuem para o sucesso do trabalho de um treinador e sua comissão técnica em um clube de futebol. Conhecimento, dedicação, didática, comando, etc. São tantas variáveis que muitos têm dificuldade em perceber e avaliar situações tão complexas. Na verdade, o êxito de um trabalho é diretamente proporcional ao empenho, alegria e produção dos atletas que não são os titulares de momento.

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O desempenho e a motivação dos "bancários" atestam se a condução do grupo está sendo feita de modo correto. Manter os que estão jogando regularmente, os considerados titulares, felizes e ligados é tarefa bem mais fácil.

Difícil é fazer com que os atletas que estão momentaneamente de fora permaneçam trabalhando duro, sempre com um sorriso no rosto, a espera de uma oportunidade. Isso só se consegue quando o comandante passa sinceridade e honestidade em seus atos aos comandados.

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Parafraseando o mago do basquete Michael Jordan, "um jogador excepcional ganha um jogo, mas só um grupo excepcional vence campeonatos". Evidente que a qualidade da montagem, preparação e manutenção ‘do 11’ que vai a campo é fundamental.

Mas em um campeonato longo, como o Brasileirão, é o desempenho dos que entram para modificar as partidas, dos que substituem atletas contundidos ou lesionados, que fará a diferença no final.

Prova disso é o trabalho de Dado Cavalcanti e sua comissão técnica à frente do Paraná na Série B do Brasileirão de 2013. Merecedor dos maiores elogios – independente das últimas duas derrotas em casa e o risco crescente de sair do G4.

Na maioria das vezes as substituições feitas pelo técnico mantêm o padrão da equipe. Na maior parte delas até melhoram. Tornou-se comum nessa campanha atletas saírem do banco de reservas para marcar gols e definir partidas.

Muitas vezes se percebe, principalmente nos jogos na Vila Capanema, atletas do banco, que nem entraram na partida, vibrando e comemorando junto aos torcedores ao final, lado a lado com os que atuaram, com mais entusiasmo até do que esses. Emoções assim não são impostas, vêm de dentro. E só brotam em quem se encontra feliz e motivado.

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Mais do que o bom futebol apresentado e o equilíbrio tático da equipe, é essa comunhão de pensamento o maior trunfo do Paraná atual. O grupo, mesmo com algumas dificuldades financeiras, demonstra ser forte e unido, pronto para superar as adversidades que certamente virão e os duros adversários que encontrarão pela frente. Neste momento, o importante é não se desesperar.

Em um elenco de clubes de futebol existem entre 30 e 40 jogadores. Jogam somente 11. O que se faz, o que se dá, o que se transmite aos que não se encontram entre esses escolhidos é que dirá até onde essa equipe pode chegar.