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Diferentemente dos processos eleitorais do Paraná Clube, onde Rubens Bohlen foi eleito em clima de paz e harmonia, e do Coritiba, em que Vil­­son Ribeiro de Andrade será aclamado, no Atlético o Cal­­dei­­rão vai ferver, literalmente. Como estamos em tempo de su­­cesso absoluto do MMA, podemos traçar um paralelo. Assim, de um lado do octógono, Ênio Fornéa e seu grupo; do outro, Mario Celso Petraglia e equipe.

Promessa de muito sangue nessa luta digna de um An­­der­­son Silva. Ênio Fornéa (candidato ao Conselho Delibe­­ra­­tivo) e Diogo Braz (Admi­­nis­­trativo) tentam desesperadamente se desvincular da atual situação, devido ao desgaste do presidente Mar­­cos Malucelli. O ex-presidente Mario Celso Petraglia, por sua vez, virou inimigo nú­­mero um do atual mandatário, de quem já foi muito próximo. Assim, é provável vermos uma eleição inusitada, sem chapa de situação, apenas com a oposição (que já foi aliada da situação em outros mandatos), e uma "terceira via", (que na verdade é composta de membros da atual situação, disfarçados de novidade).

Em resumo: o grupo de Ênio Fornéa é a situação, mas nega ser (mais que três vezes, se necessário), envergonhados que estão da péssima gestão do futebol nesse mandato, mesmo que administrativamente o clube tenha visivelmente se solidificado. E a ala de Petraglia (que ninguém sabe se será um grupo mesmo ou se ele imagina que até sozinho é invencível) desfralda a bandeira de um passado vitorioso, como se esse passado fosse só deles. O que não é verdade, já que muitos dos que estão do outro lado da trincheira foram tão importantes quanto Mario Celso na reestruturação do clube no início desse novo milênio.

O resultado desse combate? Nem imagino, mas que muita roupa suja será lavada, isso será.

O calendário brasileiro

Já passou da hora de um debate profundo sobre o absurdo do calendário do futebol brasileiro e os malefícios que traz aos atletas, seja na diminuição do rendimento técnico ou no encurtamento da vida útil dos jogadores, do seu prazo de validade.

Médicos, preparadores físicos, fisiologistas e fisioterapeutas têm o dever de expor os problemas que o excesso de jogos pode causar e, principalmente, as consequências da falta de tempo hábil para a famosa pré-temporada, o que obriga os atletas a competirem oficialmente em menos de 15 dias após o retorno do período de férias.

Mais que desumana, tal atitude acarreta aos jogadores um alto risco de lesões. Como prova dessa teoria, o altíssimo número de problemas musculares no futebol brasileiro. Proponho um debate sobre o tema, em be­­nefício do espetáculo e em defesa do instrumento de trabalho dos atletas: seus corpos.

*Serginho Prestes, ex-jogador de Atlético, Coritiba e Paraná, comentarista de rádio, substitui Leonardo Mendes Júnior até esta terça-feira.

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