Cansou falar ou escrever sobre o período pré-falimentar que vive o Paraná. No fundo, não existem mais adjetivos para explicar uma situação caótica e tão à beira do ridículo. Parece impossível analisar essa crise sem escapar do lugar-comum.

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Já ouvi de tudo várias vezes: "É fruto das más administrações", "faltou se preparar para o futuro", "pagando caro pela estrutura enorme do departamento social". E assim vai...

Tudo, certamente, machuca os tricolores. Mas o pior mesmo estava reservado para domingo, na Arena. Ouvir a torcida atleticana entoar uma canção sugerindo o fim do rival foi algo emblemático.

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Quando os rubro-negros soltaram a voz rimando Paraná com acabar, deu muita pena. Os paranistas no estádio – ou os que captaram o barulho pelo áudio da tevê ou rádio – não mereciam passar tamanha vergonha.

É claro que o clube não vai fe­­char as portas. Mas o fim sugerido pelos rubro-negros estava no gramado. A caricatura de time montado para a temporada é a prova que o rival não incomoda mais. Mais uma presa fácil. Um adversário de pouco respeito. Acabou.

O dinamismo do esporte pode mudar esse cenário, claro. Quem não lembra do Atlético no início dos anos 90? Vivia o amadorismo – e no pior sentido da palavra. Pe­­guei o livro Futebol do Paraná, 100 anos de história (de Heriberto Ivan Machado e Levi Mulford) e aleatoriamente anotei um grupo atleticano desta época.

Serve de alento aos tricolores mais pessimistas. Nomes como Sadi, Perali, Gune, Hagamenon, Celso Júnior, Perrô enfileiravam o elenco na Baixada há exatos vinte anos.

Assim como o Coritiba, outro que passou momentos mais delicados do que o vivido hoje pela equi­­pe da Vila. Há duas décadas, jogavam no Alto da Glória figuras como Jétson, Jorjão, Ivanildo, Ca­­sagrande (não o centroavante e hoje comentarista) e Racinha.

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Os exemplos servem para ajudar na estima empoeirada dos tricolores – cada vez mais acanhados. Acabar e ressurgir é mais possível no esporte do que na vida.

Atlético e Coritiba se reergueram. E o Pa­­raná também pode conseguir essa façanha. Por que não? O futebol flerta com o acaso.

Mudança de técnico

A cúpula do Atlético está certa em não manter Leandro Niehues. O projeto do clube, mesmo sem ainda mostrá-lo em campo, é maior do que o interino. Não se discute a qualidade (já comprovada) do auxiliar, mas existe o impacto subjetivo de escolher um nome de pouca expressão. Trazer um profissional renomado (com capacidade, claro) faz a diferença quando se tem um grupo de boleiraços como Claiton e Paulo Baier.

Uma situação curiosa pode até marcar a estreia do novo comandante. Na quinta-feira, o clube recebe o Cianorte. No mesmo dia à tarde, o Coritiba encara o Corin­­thians-PR. Como um capricho do destino, o Rubro-Negro po­­de jogar o turno no colo dos alviverdes. Se o Coxa vencer, um triunfo do Furacão praticamente sela a vaga à equipe de Oliveira na decisão.

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