Muito se fala sobre a ausência do camisa 10 nos times brasileiros. No Atlético, em situação delicada no Brasileirão, as necessidades vão muito além disso. Deixemos por um momento de lado os problemas na zaga com os constantes erros de Rafael Santos (até quando vão insistir nele?) , a pouca eficiência dos laterais, a falta de criatividade no meio de campo etc. Quero falar do camisa 9, o homem-gol, o "matador" de quem há muito tempo o torcedor rubro-negro anda com saudades.
Um olhar nos dados da tabela e temos o primeiro número preocupante: o Furacão tem o pior ataque do campeonato, com apenas 25 gols marcados média de menos de um gol por rodada. Depois de quatro meses de competição, o goleador atleticano é o meia Marcinho, que chegou à equipe já com o Brasileirão em andamento e balançou as redes quatro vezes.
Nenhum outro time da Série A possui um "artilheiro" com tão poucos gols. Na Segundona, de onde o Atlético busca escapar, apenas o cambaleante Goiás, que briga para não cair para a Série C (que situação!), tem goleadores modestos como o Furacão. Mesmo assim, são quatro jogadores esmeraldinos com quatro gols, e não apenas um como nos lados da Arena da Baixada.
O diagnóstico é ainda pior quando olhamos para os concorrentes na briga para permanecer na elite. Nenhum dos que vou citar a seguir é craque, mas pelo menos andam fazendo gols. O Ceará tem Washington (7 até aqui), Marcelo Nicácio (5) e ainda Roger, pretendido pelo Furacão anteriormente, e que, no domingo, marcou dois sobre o Coritiba. Um deles de placa, que vale por uns três, pelo menos.
Continuando. O Bahia tem Souza (6); o Cruzeiro também está carente do camisa 9, mas tem o excelente meia Montillo (12); o Atlético-MG se arrasta, mas, de vez em quando, conta com o experiente Magno Alves (6); o Avaí se apega aos gols de William (10). Até o lanterna América-MG vem comemorando mais, graças, principalmente, a Kempes (8) e Alessandro (7). Repito: nenhum destes é craque (talvez Montillo), mas ajudam seus times com gols. Ajuda que o Atlético não conta no momento.
O que intriga é o fato de o problema não ser novo. No ano passado, apesar da ótima campanha, o Atlético já sentia falta de um centroavante. Tanto que, mesmo com o quinto lugar, o Furacão terminou o campeonato com saldo negativo. A presença de um goleador naquele time poderia ter ajudado na conquista da vaga na Libertadores. Neste ano, a carência continua. Pois é, não aprenderam a lição.
Paratiba e o marasmo
Coritiba, na Série A, e Paraná, na Série B, lutam contra o marasmo do meio da tabela. Acredito que o Coxa vai ficar por ali mesmo. Com a quinta pior campanha como visitante, fica difícil sonhar com algo a mais. Já o Paraná inicia hoje uma semana decisiva: enfrenta Icasa, fora, Vitória, em casa, e o lanterna Duque de Caxias, fora. Se conseguir pelo menos sete pontos, segue vivo na briga pelo acesso. Senão, melhor pensar em 2012.
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