Vocês viram o gingado do Giba na Dança dos Famosos, no último domingo? (Sim, eu assisto) Fez peixinho, piruetas, caras e bocas de galã ao som de September, no ritmo dos anos 70. Mas ainda faltou o gingado de bailarino, admitamos. Assim como faltou gingado para que Giba tivesse uma melhor estratégia para encerrar a vitoriosa carreira.
Dizer que o anúncio oficial da sua aposentadoria, feito na sexta-feira, pegou todo mundo de surpresa é exagero. Desde que foi demitido do Al Nasr, dos Emirados Árabes Unidos (aliás, em história ainda bem mal contada), em fevereiro, já se prenunciava o fim da carreira nas quadras do ponteiro paranaense. De uma forma melancólica, reconheçamos, embora os holofotes do quadro do Domingão do Faustão e o convite para ser comentarista dos jogos de vôlei na Rede Globo para os Jogos do Rio façam parecer o contrário.
Giba se despediu das quadras sem brilho. Lamento que tenha sido assim. O declínio de Giba vem desde, pelo menos, o início de 2012, quando operou a tíbia da perna esquerda. Na mesma época, rareou as conversas com a imprensa. Até então, exibia o carisma que impressionou os juízes da Dança no domingo.
Nos Jogos de Londres, em que foi convocado pela insistência da "Família Bernardinho", fugiu dos microfones enquanto pode. Falava quando precisava, regateando um novo time, já longe de seu auge (embora o "longe de seu auge" ainda fizesse inveja a muito ponteiro).
Teve a experiência frustrada no Bolivar, da Argentina, em que teve a rescisão de contrato por dificuldades financeiras do clube e, na mesma época, a conturbada separação da ex-jogadora Cristina Pirv, em 2013; depois, a passagem relâmpago pelo Taubaté (SP), na Superliga, onde acumulou derrotas até aparecer a proposta do mundo árabe, que não durou nem o tempo do contrato de experiência.
De volta ao Brasil, tentou, nos bastidores, um novo clube, um posto na Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) ou até no Comitê Olímpico Brasileiro (COB). Mas aí, imagino, viu que só seu nome e os inúmeros títulos que conquistou não bastavam.
A vida de atleta aposentado exige mais habilidades que as físicas uma questão complicada. Giba é só o exemplo que uso para falar o quanto o Brasil ainda engatinha no esporte olímpico. O londrinense, um aposentado aos 37 anos, está longe de ser o único grande atleta do país a quem faltou jogo de cintura na hora de sair de cena.
Com Maurren Maggi, sua contemporânea, acontece situação parecida.
Não bastasse o país não conseguir formar uma base de praticantes de esportes para dela ter uma elite esportiva forte, ainda não sabe assessorar seus ídolos internacionais quando ultrapassam seu ápice.
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