Uma das piores coisas para um time de futebol é ver colada ao lado do nome a pecha de chorão. Isso gruda de um jeito que para sair, só com muito esforço. E em um momento em que reclamar da atuação dos "homens de preto" virou porto seguro para justificar todo e qualquer fracasso dentro e fora de campo , todo cuidado é pouco. Um passo em falso e lá vão os rivais entoar na arquibancada o chororô alheio para provocar.
Escrevo isso porque ainda não me conformei com a teoria da conspiração criada pelo Paraná após o empate com o J. Malucelli um movimentado 2 a 2 pela oitava rodada do primeiro turno (13/2). Raciocínio que vale também para o São Paulo na Libertadores, para o Londrina no Paranaense e por aí vai.
Vamos aos fatos. O Tricolor reclama a não marcação de pênaltis por parte do árbitro Adriano Milczvski. O apitador, é verdade, não teve uma tarde das mais inspiradas. Mas daí a relacionar a atuação do juiz com perseguição, complô ou algo do gênero é, no mínimo, leviano. Ainda mais sem provas. Afinal, erros e acertos acontecem para todos os lados.
Até o Caso Bruxo, esquema de corrupção na arbitragem local descoberto em 2005, foi levantado. A denúncia, feita com todas as letras pelo superintendente do Paraná, Celso Bittencourt, ao programa Papo de Craque da Rádio Transamérica, está nas mãos do Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJD-PR). Que seja investigado com a maior isenção possível. E, se houver culpados, que sejam punidos. Novamente.
A questão, porém, não apaga o primeiro turno irregular do Tricolor em campo. Pontos preciosos deixados em Toledo, Ponta Grossa e Cianorte que fizeram derreter a vantagem paranista de jogar com o elenco principal de ponta a ponta da fase inicial. Sobre isso, poucas palavras. A cúpula tricolor não é lá muito chegada a entrevistas.
Mas deveria. Pois o momento que o clube atravessa é delicado. Castigado por dívidas, pressionado por ameaças de greve e convivendo os constantes atrasos salariais, o Paraná está às portas de ver leiloada uma de suas tantas sedes neste caso a do Tarumã para ganhar fôlego financeiro. Os anéis estão indo...
Chegou a hora da torcida. É preciso cobrar de quem comanda o clube um planejamento adequado para o investimento dos milhões que serão arrecadados após a última batida do martelo. Saber ao certo para onde vai o dinheiro. Isso é muito mais importante para o futuro tricolor do que qualquer cortina de fumaça criada para abafar erros pontuais.
O Paraná não precisa disso.
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