Faltam pouco menos de dois meses para o início do Campeonato Brasileiro. Até lá, muita coisa pode mudar. Mas é difícil não ficar imaginando como será o desempenho do Coritiba a partir do dia 21 de maio.
É uma curiosidade geral, e não é para menos. Dentre as 20 equipes da Série A, o Alviverde tem o melhor desempenho na temporada. Está invicto e, com suas 18 vitórias e apenas 2 empates, passeia em campo a cada partida. Amanhã, contra o Atlético-GO, não deve ser diferente. Apenas insuficiente para responder a dúvida acima.
O Dragão está na elite, ok. Mas é um adversário sem tradição, que, salvo uma exceção das grandes, está fadado a brigar contra o rebaixamento. E das últimas posições não há dúvida que o Coritiba passará longe desta vez.
A ansiedade por uma resposta mais palpável sobre até onde o clube pode chegar no Brasileirão, entretanto, está centrada exatamente nisso. A equipe de Marcelo Oliveira dá margem para, até mesmo o mais receoso torcedor, se deleitar em projeções das mais otimistas possíveis.
Pode? Poder, pode. Mas ainda acho que restam pontos importantes a serem resolvidos lá no Alto da Glória para mensurarmos até onde: se Sul-Americana, Libertadores ou, quem sabe, até brigar pelo título. No primeiro caso, não precisa mexer em nada. O time de Marcelo Oliveira está pronto para colocar uma mão em uma das vagas do torneio de segundo escalão da América.
Se quiser algo maior, no entanto, terá de trabalhar. Qualificação do elenco ainda é o ponto principal. Outros dois elementos para um desempenho homogêneo na Séria A serão a melhor utilização da base, além de uma política para que a equipe não se desmantele na janela de transferências do meio de ano.
No primeiro caso, se engana quem diz que o Coritiba tem substitutos para Marcos Aurélio, Rafinha e Davi. Sem um deles, o Alviverde até tem se virado. Mas no Nacional a puxada é bem maior. E o Coxa também precisa de um centroavante.
Em relação à base, não lembro de time campeão que não tenha utilizado o sangue novo e identificado de suas crias como arma em uma competição tão longa e disputada. O Coxa, nesse ponto, anda lento.
De vez em quando, Lucas Mendes. Willian foi bem, mas volta ao banco com o retorno de Leandro Donizete. É muito pouco. Era preciso colocar mais jogadores, e de habilidade, como Lelê e Dudu, preparando-os para a hora da emergência. Ela virá.
Deveria ser a garotada a válvula de escape para uma perda ou outra, coisa inevitável na janela. Ou para a má fase de alguém. Reforços de "peso", além de caros, muitas vezes racham o elenco.
Isso é planejamento, coisa que o Coritiba, até aqui, tem mostrado de sobra. Assim, tem tudo para um começo de Nacional arrasador. Com o entrosamento e as poucas mudanças que sofrerá até o início da competição, esse é o caminho natural. Difícil será manter a pegada e não se tornar um cavalo paraguaio. Para isso ainda se esperam ações.
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