Difícil ser diferente, mas fora os resultados dos jogos, o assunto dominante do noticiário esportivo são os preparativos para a Copa 2014. Mas tamanho foco no Mundial de futebol tem permitido que a gestão das demais modalidades esportivas do país seja decidida por poucos.
A temporada de eleições ou melhor, de reeleições nas confederações nacionais começou no final de 2012, com a escolha de Luciene Resende para seu segundo mandato consecutivo na Confederação Brasileira de Ginástica. Os que venceram os pleitos neste início de ano serão os gestores da formação da delegação brasileira na Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro.
E, a contar os resultados nas urnas até agora, o desempenho do Brasil como anfitrião dos Jogos não é dos mais esperançosos. Não bastasse o fato de quatro anos ser pouco para transformar o país em potência esportiva, tantas reeleições indicam que tudo seguirá como está: dirigentes se repetem e as políticas esportivas seguem sem evoluir.
Já nos acostumamos a reclamar que o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, não larga o osso (ficará 21 anos no comando da entidade), mas deixamos de lado o fato de que esses mandatários não se ocupam em formar sucessores e também são raros os que decidem trabalhar para assumir tais postos. Fácil entender: mudanças exigem trabalho.
Assim, Luciene foi reeleita sem ter explicado cortes de verbas a atletas e sem nem sequer ter cumprido a promessa de dar melhores condições de treino ao ginasta Arthur Zanetti, ouro na prova de argolas em Londres. Na mesma trilha, José Luís Vasconcellos foi reeleito pela segunda vez na Confederação de Ciclismo, sem concorrência. No atletismo, Roberto Gesta de Melo finalmente deixou o posto de presidente, que ocupou desde 1987. O eleito na semana passada, porém, foi seu braço direito, José Antônio Martins Fernandes, o Toninho, com 40 dos 41 votos possíveis.
No basquete, a eleição marcada para 7 de março promete ser quente, mas entre macacos velhos. O pleito será entre o atual presidente, Carlos Nunes, e seu antecessor, Gerasime Bozikisv, o Grego, presidente por 12 anos.
Na natação, Coaracy Nunes é o mandatário desde 1987. No ano passado, soube que teria concorrência para a eleição em 9 de março. O irmão do nadador paranaense Rogério Romero, Julian Romero, criou a chapa Muda CBDA. A candidatura foi impugnada, alegando que a inscrição não incluiu o apoio de cinco federações. E a tendência é que Coaracy seja aclamado para seu sexto mandato que, assim como acontece em outras confederações, não sabe o que é renovação e transparência.