O repatriamento populista adotado pelo Atlé­­ti­­co conseguiu en­­cardir o brilho de mais um ídolo. Havia sido assim com o artilheiro Alex Mineiro, um dos principais artífices da estrela dourada de 2001. Voltou à Baixada e foi tão mal que se aposentou no fim do ano sem ninguém ficar sabendo.

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Claiton jamais repetiu em sua volta a garra da primeira passagem. E Lucas? Esse não é o Lucas, aquele vértice artilheiro do "quadrado mágico". O campeão do mundo Kléberson amarga o banco de reservas de uma equipe fraca.

A última vítima dessa estratégia política sem frescor, de abafar o clamor da Baixada apelando à reprise de antigos êxitos, foi Ge­­ninho. A conquista de 2001 havia atrelado para sempre o treinador à história rubro-negra. Um nó de carinho verdadeiro desfeito ontem de forma irreversível.

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Geninho prometeu nunca mais voltar ao Furacão.

Quando aceitou acalmar os ânimos, há dez jogos, sabia do pouco prestígio. Não foi opção, foi o que restou no mercado. Mas ele não merecia, tão logo ter sido recontratado, que o Atlético voltasse a procurar o treinador que interessava mais na época. Na surdina.

O clube ouviu do pretendente a recusa até de conversar en­­quanto Geninho ocupasse o cargo. A diretoria voltou a arquitetar a substituição antes do clássico, agora com Adilson Batista. Apostava na derrota. Ganhou o jogo e perdeu o respeito do antigo ídolo.

Não com menos pressão, clubes como Santos e Flu­­mi­­nense mantêm a calma para sacramentar a contratação dos sonhos. Interinos ganham respaldo até a chegada de Muricy Ramalho ao Peixe e Abel Braga nas Laran­­jeiras.

Mas o Atlético não consegue esperar e transparece insegurança. A mesma que vem à tona quando o maior dirigente rebate as críticas rasteiras do ex-aliado. Quando dá corda ao discurso destrutivo e fácil diante da turbulência técnica.

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Marcos Malucelli só quer acertar. É sério, dedicado e educado. Mas a boa intenção esbarra na fórmula desgastada. Faz tempo que o Atlético se limita ao rame-rame da bola. Nem a Copa de 2014 batendo à porta desvia o foco do dia a dia e da falta de conquistas. O clube não consegue olhar para frente. Quem sabe agora com Adilson e a esperança de um – difícil – resgate técnico.

Sem verniz

Os jogadores que não esperem muito verniz no novo comandante. Não verão. O estilo meio casca grossa é uma marca do Pezão. Já deu certo e errado, depende do elenco. Muito trabalhador, gosta de lidar com os mais jovens, pois não se rebelam tanto. Paulo Baier será um capítulo à parte na nova gestão à frente do time.