Será intensa a movimentação de coxas-brancas rumo a São Januário. Em algumas agências de turismo de Curitiba, o primeiro jogo da final da Copa do Brasil bateu recorde de procura de pacotes se comparado a alguns duelos decisivos recentes de clubes paranaenses.
Ontem, a venda já havia superado em 10% partidas como Inter x Coritiba (semi da Copa do Brasil 2009), São Paulo x Atlético no Beira-Rio (Libertadores 2005) e o jogo de volta no Morumbi. Apareceu comprador em Minas Gerais, São Paulo e interior do Paraná atrás dos cobiçados ingressos.
Súplicas de última hora atrás de uma entrada não faltaram também no clube. O telefone no Couto Pereira não para. Cerca de 2 mil alviverdes são esperados no inóspito reduto cruzmaltino. Uma excursão de amor ao Coritiba.
Uma prévia, o primeiro ato antes do jogo mais importante da história do Couto Pereira, marcado para a próxima semana. O duelo épico para uma torcida acostumada a festejar a distância. Desde o Torneio do Povo (Salvador, 1973), incluindo as menos charmosas disputas pela Série B (Recife, 2007 e Juazeiro do Norte, 2010), até o auge do Campeonato Brasileiro (Rio de Janeiro, 1985), todos foram acompanhados in loco por poucos privilegiados. Aquele coxa-branca que conseguiu assistir à final no Maracanã contra o Bangu até hoje faz inveja para os seus pares.
O desfecho da Copa do Brasil é um marco para o próprio estado, nunca antes palco de uma conquista deste porte. Os atleticanos também chegaram ao auge da sua história no acanhado Anacleto Campanella, em São Caetano (SP), há quase uma década.
Desta vez, nada de aeroporto. Nem carreata com os campeões no Afonso Pena. Se conseguir superar a difícil batalha contra o Vasco, a festa começará e terminará no Alto da Glória. Ele será pequeno, claro, diante da demanda, que pode ser ainda maior dependendo do repertório de amanhã no Rio. Um momento para poucos.
Politicamente correto
A saborosa rivalidade do futebol está ficando insossa. Culpa do exagero dos politicamente corretos. No jogo contra o Atlético, pelas quartas de final da Copa do Brasil, o vascaíno Alecsandro levou cartão amarelo por comemorar imitando a careta do pai, Lela, ídolo do Coritiba nos anos 80.
Ontem, o jogador foi procurado pela Gazeta do Povo para comentar como seria enfrentar o time onde o pai tanto brilhou. Contato negado pela assessoria de imprensa do Vasco. O clube carioca alegou que qualquer declaração poderia ser interpretada como se "ele quisesse fazer gol no Coritiba". Como assim? Algum coxa-branca imaginou o contrário? Nem o Lela.