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Nesta terça-feira, vivi mais um dos grandes dias da minha vida. Poder largar em uma prova olímpica, selando mais uma participação dos Jogos, para mim tem um significado muito especial, pois é um ciclo que se encerra. A cada quatro anos, na carreira de um atleta olímpico, acontecem muitas provas importantes – Sul-Amercianos, Pan-Americanos, Mundiais, etapas de Copa do Mundo e a Olimpíada – e o coroamento deste ciclo é estar nos Jogos Olímpicos. Estou partindo para um quarto ciclo, até Londres-2012.

O que mais eu vejo em Olimpíadas é que esta prova assusta e mexe com os atletas. Alguns conseguem lidar melhor com tudo isso; outros, nem tanto. No triatlo masculino, o grande favorito ao ouro não chegou entre os três primeiros e, na prova feminina, a grande favorita também não levou a tão sonhada medalha dourada para casa. Detalhe: esses dois atletas venceram mais de 15 etapas de Copa do Mundo nos últimos anos e eram cotados para ganhar a prova com sobras.

E o que falar do nosso campeão Diego Hypólito, favorito ao ouro e terminando na sexta posição? E da nossa campeã Jade Barbosa? São exemplos de que, numa Olimpíada, não existem favoritos e que qualquer um que está aqui para competir pode ganhar ou perder.

Volto para o Brasil com a certeza de ter participado dos melhores Jogos Olímpicos de todos; organização, estrutura, envolvimento da população, tudo foi perfeito. Parabéns à China.

Após a minha prova, pude conhecer os estádios e as instalações de outras modalidades em Pequim. Fiquei impressionado com o Ninho de Pássaro, local da abertura e do encerramento. O que os chineses fizeram naquele estádio é algo grandioso. Mas o que mais me chamou a atenção foi durante uma noite com várias provas de atletismo. O Ninho estava lotado, com cerca de 50 mil pessoas, a maioria chineses com suas máquinas fotográficas e muitos e muitos flashes. Percebemos facilmente o que está significando este evento para eles. Alegria e empolgação estão em cada rosto, famílias inteiras no estádio, gritando e torcendo muito.

O Brasil, apesar de poucas medalhas até agora, melhorou suas colocações em relação a Atenas 2004. Reflexo do investimento feito. O COB (Comitê Olímpico Brasileiro) está cada vez com mais recursos e o repasse para as Confederações faz com que nós, atletas, possamos treinar e competir nos melhores lugares do mundo. Daqui a alguns ciclos olímpicos, seremos uma potência esportiva, assim como China e EUA, pois temos o principal, o material humano.

Em quatro anos, quero trazer novamente a vocês detalhes da minha quarta Olimpíada. Obrigado a todos que participaram deste ciclo ao meu lado.

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