É até estranho. Ligar a tevê e ver figurinhas carimbadas da crônica esportiva brasileira apontando um time paranaense como favorito a título nacional. Quase inimaginável dias atrás.

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Mas o Coritiba, campeão paranaense invicto e que bateu o recorde nacional de vitórias consecutivas, conseguiu isso às portas das semifinais da Copa do Brasil. Não tanto pelo título estadual e a impressionante série de resultados, é verdade. Muito mais porque o 24.° triunfo foi um 6 a 0 sobre o Palmeiras de Felipão. E porque dos "grandes" sobrou apenas o Vasco na disputa – com um time bem mais ou menos, diga-se de passagem.

Os clubes locais sempre foram azarões, mesmo quando o próprio Coxa foi campeão brasileiro em 1985 e o rival Atlético também chegou lá em 2001. Uma condição à qual nos acostumamos.

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Apesar de acreditar que alguns feitos de Coritiba, Atlético e Paraná – não o Paraná dos últimos quatro anos – deveriam receber mais destaque nacional, não vou pela linha de que somos "perseguidos", como chegam a afirmar alguns colegas.

Os clubes daqui não aparecem mais porque corriqueiramente não fazem nada que chame a atenção. É verdade que qualquer golaço de Flamengo, Corinthians e companhia, ou, na outra ponta, qualquer tumulto em um desses clubes, rende papo para uma semana. Mas aí é questão de audiência, venda de jornal, etc. Outra história.

A lição da impressionante campanha coxa-branca é que, impondo respeito em campo, um clube se faz respeitar. Se o sucesso for efêmero, porém, o reconhecimento também será. Algo que já vimos tantas vezes por essas bandas.

É preciso manter a regularidade. Não que o Coritiba seja obrigado agora a encaixar 25 vitórias consecutivas e bater o próprio recorde. Mas um bom começo é fazer valer o favoritismo perante Ceará, Avaí e Vasco – obtido pelo que vem jogando, em comparação aos adversários – e conquistar pela primeira vez a Copa do Brasil.

Se o título não vier, tem de volta a fazer campanhas dignas de elogios. O mesmo vale para o Atlético e espero que um dia volte a valer para o Paraná ou alguma força do interior. Só assim não causará espanto ouvirmos ícones nacionais citando um time paranaense como favorito.

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Ah, e já que a situação é esta, o Coritiba poderia aproveitar tal favoritismo. Assumir, sem vergonha alguma, que está jogando o melhor futebol do país e desfrutar das benesses disso, como o respeito, às vezes exagerado, dos adversários ou até algum juiz, na dúvida, apontando para o lado alviverde. O outro lado já estamos cansados de saber como é.