O Paraná entra em campo nesta noite, contra o ASA, na última rodada da Série B antes da parada da Copa das Confederações. Vitória aliada a uma combinação de resultados pode deixar o Tricolor no G4. Depois disso serão 23 dias sem futebol para os paranistas, um período que poderia ser utilizado dentro do clube, sem a pressão dos resultados, para discutir uma importante questão: a necessidade de dar direito de voto para os sócios-torcedores.
O tema às vezes é esquecido, mas não pode ser. Não é possível achar certo o fato de os sócios exclusivos do futebol verem a cada dois anos os sócios olímpicos decidirem o futuro do clube, como ocorrerá novamente no final deste ano com o término da gestão de Rubens Bohlen. Esta impossibilidade de poder votar com certeza afasta alguns possíveis novos associados que não têm o mínimo interesse na parte social da instituição.
Segundo o superintendente-geral do Paraná, Celso Bittencourt, hoje o Tricolor tem cerca de 3 mil sócios olímpicos e 5,5 mil sócios-torcedores, o chamado "Sempre Torcedor". Para que o segundo grupo tenha direito a voto, é necessário uma mudança do estatuto do clube, que precisaria ser votado primeiro pelo Conselho Deliberativo e depois por uma assembleia geral, com a presença do primeiro grupo.
Pode parecer ingênuo pensar que os associados que frequentam a Kennedy vão abrir mão de escolher os dirigentes, já que virariam minoria diante da força da arquibancada. Mas acredito que a maioria dos sócios olímpicos deve ser paranista e entenderia, pelo bem da agremiação, que uma participação maior dos torcedores nas decisões pode fortalecer o clube.
O próprio Bittencourt, um dos nomes mais fortes da atual diretoria, lembra que esta mudança é difícil pelas peculiaridades que só o Paraná tem na capital. "É um assunto para se pensar com calma, não tenho uma posição definida sobre isso", admitiu o superintendente.
O presidente do Conselho Deliberativo do Tricolor, Benedito Barboza, também preferiu não escolher um lado publicamente. "A opinião individual não tem peso nenhum em uma questão dessas", argumentou. Comandante da casa que pode iniciar essa alteração histórica no Paraná, Barboza admitiu que já houve uma proposta de discussão, mas que não foi para frente.
Mesmo sendo um tema espinhoso, os conselheiros paranistas deveriam aproveitar o tempo sem futebol e discutir o assunto. Se os sócios olímpicos têm medo, por serem minoria, de ver a parte social ser prejudicada com a abertura total, um novo método de votação pode ser criado. Um exemplo é fazer com que os 3 mil do social correspondessem a 50% dos votos; e os 5,5 mil dos torcedores fossem os outros 50%. Outras opções existem por aí.
O fato é que, independentemente da solução, enquanto os que são só da arquibancada ficarem fora do processo, quem perde é o Paraná Clube.
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