Começamos a semana aqui na redação com uma dúvida cruel, no exato sentido da expressão: será este o pior time do Paraná em todos os tempos?
Estatisticamente, a pergunta deverá ser respondida amanhã, na Vila Capanema, quando o Tricolor enfrentará o Paranavaí às 19h30. Até aqui o time de Roberto Cavalo já conseguiu a proeza de igualar aquela equipe de Saulo de Freitas, em 2004, lembrada pela disputa do Torneio da Morte.
Os dois times iniciaram a competição de forma caótica, totalmente reformulados e obtiveram apenas um ponto nos cinco primeiros jogos. Há seis anos, a primeira vitória no Estadual veio na sexta rodada, por 2 a 1, sobre o Rio Branco, em Curitiba.
Mas isso continua muito frio. É apenas um apanhado de números, que serve para detectar vários aspectos, mas nunca leva em consideração o contexto completo. Por isso, independentemente do próximo resultado, na minha opinião essa já é a pior equipe montada na Vila Capanema desde 1989.
Não é tão fácil chegar a essa conclusão. Mas à medida que fui relendo as matérias da época, as atuações daquele time foram voltando na cabeça. Não são muitas imagens, admito, mas nada que seja comparável à terrível atuação do Paraná no último sábado.
Por vezes, no entanto, minha memória me prega peças. Assim, me senti obrigado a ir mais longe na análise e comparar as duas escalações. A de 2004 também é de assustar. Na estreia, por exemplo, perdeu para o Francisco Beltrão por 1 a 0 com: Flávio; Erivélton, Fernando Lombardi, Juliano e Marcos Lucas; João Paulo, César Romero, William, Everton; Alex e Vandinho.
E aí há uma diferença sutil que coloca o time de Saulo em pequena vantagem: ele é estável nas duas posições mais importantes de uma equipe de futebol, o goleiro e o centroavante. Flávio e Vandinho são muito melhores do que Luís Carlos e Tito.
Se você não se convencer totalmente, continue. Coloque os dois melhores de 2004 na equipe de 2011 e vice-versa. A que, hipoteticamente, tiver um reforço considerável a ponto de mudar o cenário em que se encontra, será a pior.
Com Flávio e Vandinho a disposição de Roberto Cavalo, seriam menos dois ou três gols sofridos e talvez alguns a mais marcados. No Paratiba, por exemplo, sem a falha do goleiro, vitória tricolor. Enquanto isso, Paulo Henrique e Henrique, os dois laterais do atual elenco, e até aqui os melhores do time, seriam titulares com Saulo de Freitas. Mas não há nenhum indício de que isso mudaria alguma coisa. Ok?
Confesso que isso não leva a nada, é mais um exercício. Contudo, a brincadeira serviu para uma constatação concreta: também não será recheando o time de garotos, como muitos querem, que se obterá sucesso. Em 2004, cerca de 70% da equipe havia sido formada no clube. Não adiantou nada.
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