A situação financeira dos clubes brasileiros de futebol lembra muito a de um famoso rapper do começo dos anos 90 do século passado. MC Hammer, nascido Stanley Kirk Burrell, ficou famoso pelo hit U Cant Touch This e pelas danças usando uma indefectível calça saruel.
Com o grande hit, Hammer ganhou muito dinheiro e resolveu experimentar a vida de rico. Os times brasileiros, ao negociar novos contratos de televisionamento, com o dinheiro brasileiro também forte, também resolveram viver a vida de rico.
Hammer comprou em 1991 uma mansão de US$ 30 milhões de dólares e montou uma grande equipe para cuidar de toda a manutenção. Isso chegou a consumir US$ 500 mil por mês com cerca de 200 pessoas. Os clubes começaram a contratar jogadores por valores inimagináveis, pagando salários nunca antes pagos. Leandro Damião e Alexandre Pato custaram cerca de R$ 40 milhões tanto para Santos quanto para Corinthians, não dando até o momento o retorno esperado. Pato, inclusive, foi emprestado ao São Paulo por não se adaptar ao time do Parque São Jorge.
E como isso acabou? A carreira do MC Hammer desandou, não fazendo mais nenhum hit arrasa-quarteirão que o ajudasse a sustentar o estilo de vida perdulário. Em 1996, ele tinha acumulada uma dívida de US$ 13 milhões e teve de pedir falência (a lei dos Estados Unidos, ao contrário do Brasil, permite que pessoas decretem falência). Ele lançou alguns álbuns depois disso, mas sem impacto.
Em 2014, o dinheiro do futebol brasileiro foi embora, pois a maioria dos clubes adiantou as cotas de tevê e gastou como se não houvesse amanhã. Como não o futebol não é uma ciência exata, elencos caros nem sempre vencem e pior, não dão o mesmo retorno em vendas.
As equipes, em sua maioria, tinham problemas financeiros antes do crescimento de receitas e preferiram tentar ganhar campeonatos a qualquer custo a limpar a lousa das dívidas. Agora passam com o pires na mão pedindo ajuda ao governo com parcelamento ou perdão de dívidas. U Cant Touch This.
Detalhes tão pequenos de nós três
A bola pune, já diria Muricy Ramalho. Ela puniu os três times paranaenses na rodada do Brasileiro. O Paraná controlou por alguns momentos o Santa Cruz e tomou um gol contra na infelicidade do garoto Yan, no último lance do jogo. O Atlético não soube estacionar o ônibus na frente do gol quando esteve na frente do Inter e tomou a virada. Aos dois, faltam detalhes na defesa, acertar alguns parafusos, adquirir cancha.
Ao Coritiba, os detalhes estão na frente. A média de gols sofridos é satisfatória, tendo tomado três em quatro partidas, mas o ataque destoa. Contra um time esforçado com o Sport, faltou aproveitar chances criadas. A promessa é de um longo Brasileirão para os três, ainda mais se os detalhes não forem consertados a tempo de não entrar de cabeça nas curvas perigosas da estrada da ZR de tantas emoções.
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