O retorno do Londrina à Primeira Divisão do futebol paranaense é emblemática. Trata-se de mais uma vitória do futebol empresarial, basicamente comercial.
Antes um resumo: após inúmeras gestões temerárias, o Tubarão faliu. Ninguém e nada deram jeito no tradicional clube da Região Norte do estado. Foram humilhações seguidas a começar por Nuno Leal Maia como técnico, ainda nos anos 90.
À época, lembro-me, havia um presidente chamado Marcelo Caldarelli com frases ótimas. Certa vez, ele soltou: "Jogador de futebol é como pão, cada minuto sai uma fornada." Não poderia dar certo.
Em 98, o LEC pela primeira vez foi à lona. Caiu no Estadual, mas voltou de bate-pronto em 2000. Começava então uma nova fase no clube: a de apenas participar do Estadual sem assustar. Enfim, ficou o respeito pelo LEC, ponto.
Sem dinheiro, patrimônio penhorado, intervenção judicial na massa falida da agremiação, eis que surge Sérgio Malucelli, dono da SM Sports. Sujeito bem-sucedido no mercado da bola a ponto de dizerem que as inicias da empresa significam "Sua Majestade".
O investidor largou o Iraty para tocar um projeto maior, a ressureição do campeão paranaense de 1992, o último grande momento do time alviceleste. Carregou boa parte dos jogadores do seu menu para a nova sede além de construir uma estrutura de dar inveja para pinçar novos craques.
Em uma espécie de posse, Malucelli abriu caminho para o usucapião do Londrina é impossível não fazer trocadilhos jurídicos com a situação.
Aí entra a questão comercial do primeiro parágrafo. Será com a camisa azul e branca que ele vai colocar seu casting na vitrine, revelar promessas, fazer negócios e como agora dar alguma alegria à sofrida torcida londrinense.
Porém, apesar de recolocar o LEC onde merece, o atual mandatário não pensará duas vezes entre time forte ou um bom negócio. Para quem estava em via de fechar a porta, a ajuda é oportuna.
O Tubarão, no máximo, será o novo Iraty. Domingo havia cinco titulares mais um que entrou durante o confronto que terminaram o Estadual deste ano vestindo a camisa do time dos Campos Gerais.
Como contrapartida, a região mais fértil do futebol paranaense vide Élber, Rafinha, Dagoberto, Jadson, Fernandinho, Kleberson, Alan Bahia, Sandro, hoje no Totteham, e agora o volante Henrique, nova realidade do Santos terá SM como senhor feudal. Por essa ótica, um big negócio para quem dá as cartas.
Em campo, no momento, apenas alegria. Foram 19 partidas na Segundona, com 13 vitórias, 5 empates e apenas 1 derrota. O último jogo em casa, segundo o borderô da Federação Paranaense, apontou um público de 3.932 pagantes diante do Grêmio Metropolitano, dia 24/7. Nada mal.
Trancos e barrancos
Ainda não me convenci com o Paraná. Acho que o time sofre muito para vencer. É impossível ir à Vila sem estar preparado para fortes emoções, assim como é possível dizer que ninguém em qualquer estádio vai passar fácil pelo Tricolor. Acho tão possível o time de Fonseca vencer o Guarani como era esperado bater o ABC.
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