Não dá para ficar em cima do muro. Precisando de apenas um ponto para ser campeão, o Coritiba não perde mais a taça. Existe 0,1 % para a reversão do quadro, tudo bem! Mas, por favor...
Agora, sem dúvida, claro que haverá sempre alguém com esperança. É justo e respeito. Além disso, o empolgante do esporte está justamente no fato de sempre existir a chance de algo imponderável acontecer. Mesmo que seja uma fração ridícula (é o caso).
Mas campeonato não acabou para o Atlético longe disso. Vencer o Coxa entra na conta das coisas fundamentais para o clube nesta temporada.
Derrotar o embalado rival, muito provavelmente, apagaria todos os erros gerenciais e esportivos até o momento. Passar pelo Alviverde, após pouco mais de mil dias de jejum, vale o alívio essencial para planejar o Brasileiro e dar sequência à Copa do Brasil.
Os atleticanos mais conscientes sabem disso. Domingo haverá um campeonato à parte para eles. Só isso. Nenhuma ambição a mais. O triunfo sobre o badalado escrete de Marcelo Oliveira proporcionaria um pacto de recomeço para torcida e time.
Como prêmio (e no futebol tudo precisa de um "extra") pelo efêmero sucesso no jogo-chave, o fato de os rubro-negros evitarem uma constrangedora volta olímpica na Arena.
Diante da campanha mais repleta de adjetivos da história, o Coritiba também mira objetivos secundários no embate da penúltima rodada. O Atletiba chegou para o Coritiba como aquela bela cereja de photoshop sobre um gigantesco bolo coberto por chantili.
Passar por cima do rival que apesar do aproveitamento muito bom dá sempre a impressão de estar nas cordas seria o êxtase total para o melhor time do país, conforme as estatísticas.
Volta-se então ao ponto central: o clássico não tem contorno de decisão. Pois o título não sairá da mão do Coxa. Ninguém em sã consciência apostaria um centavo em duas derrotas consecutivas de um time que ainda não perdeu.
O Atlético até tem futebol para quebrar essa jornada impecável do adversário. Mas o pobre Cianorte não apresenta a mesma capacidade. É isso. No burburinho do clássico, seria constrangedor dizer algo diferente. Restou o simbolismo de estourar (ou não) champanhe no vestiário do Joaquim Américo.
Marcos Aurélio e companheiros vão fazer de tudo para presentear os fãs com essa festa na casa alheia. Para os comandados de Adilson Batista resta então apenas o desafio menor de trazer um singelo sorriso à torcida e fazer algo de útil para ajudar a criticada gestão Marcos Malucelli.
Assim se desenha o duelo de Páscoa. O resto é história.
Paraná e a degola
Gostaria de escrever aqui que estou otimista em relação ao Paraná. Mas não dá. Acho complicado o clube sair dessa situação. Pior: não sei quem deve ser cobrado pelo iminente fracasso. Tenho a impressão que Ricardo Pinto é o técnico, diretor de futebol, presidente, psicólogo, torcedor, padrinho dos jogadores e até o responsável por parte das finanças.
Não se duvida da capacidade de um time com história e camisa. Eu não duvido. Porém prefiro o silêncio a adotar tal discurso otimista.
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