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A era moderna do MMA (artes marciais mistas) começou em 2001, quando os atuais do­­nos do Ultimate Fighting Cham­­pionship (UFC) compraram a organização, implementaram um pacote de regras rígidas e de controle antidoping, e iniciaram a transformação de algo discriminado e banido em vá­­rios estados americanos em um lucrativo e bilionário negócio.

Nessa década, com eventos em dez países diferentes, o campeonato promoveu algumas lutas memoráveis, como a batalha entre Stephan Bonnar e Forrest Griffin na final do primeiro reality show "The Ultimate Fighter", em 2005, ou o segundo duelo entre os americanos Matt Hughes e BJ Penn, um ano depois.

No ano passado, o curitibano Maurício Shogun Rua também protagonizou, ao lado do veterano Dan Henderson, um combate que facilmente pode ser colocado entre as três maiores lutas do MMA.

O título de combate mais esperado da história do esporte, no entanto, já tem dono. Assim que o americano Chael Sonnen teve sua mão levantada após a luta contra o inglês Michael Bisping na madrugada do último domingo, em Chicago (EUA), o UFC ha­­via garantido as credenciais necessárias para fazer a maior de todas as suas 196 edições.

Anderson Silva, o campeão da categoria média, dará, dois anos depois, a revanche ao oponente com quem faz a maior rivalidade do mundo das lutas. Ainda que anos-luz da famigerada disputa do boxe entre Muhammad Ali e Joe Frazier nos anos 70, Silva vs. Sonnen 2 será um quebrador de recordes.

Marcado para junho, em São Paulo, o evento certamente superará a marca de 55 mil pessoas no UFC 129, no Canadá, no ano passado, caso seja realizado no Estádio Morumbi. As negociações, porém, apontam o Paca­­embu como palco do octógono, o que reduziria a capacidade para cerca de 40 mil espectadores – mesmo assim, mais do que o dobro da média por edição.

Como o arsenal de declarações polêmicas do americano parece ser inesgotável, a expectativa é de recorde absoluto na venda de pacotes pay-per-view do evento. As falas de Sonnen, muitas delas copiadas de velhos ícones do telecatch estadunidense, são a melhor maneira de promoção espontânea que o UFC poderia querer. Podem passar do limite muitas vezes, mas claramente provocam o que os americanos chamam de "hype", a propaganda gratuita e eficaz sobre a luta.

Outro ponto que promete fazer do UFC São Paulo um evento incrível é o combate por si só. Apesar de ter vencido o primeiro encontro, há um sentimento de vingança guardado no íntimo do brasileiro. Mais premiado atleta do esporte, Silva não engole o personagem Son­­nen e suas traquinagens mal-educadas.

E por ter apanhado do americano anteriormente – com uma costela quebrada e o adversário comprovadamente dopado, diga-se de passagem –, esperem um Anderson Silva pronto para fazer história. E, quem sabe, inaugurar uma nova era no MMA.

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