A minha primeira Olimpíada não acabou exatamente como todos nós queríamos, com uma medalha de ouro. Ainda assim, deixo Pequim com sensação de vitória. Olho para trás e vejo que foi uma boa experiência. Valorizei minha carreira, ganhei espaço dentro da seleção brasileira, e mesmo sem uma medalha dourada, trouxe uma de bronze, que vou poder guardar para sempre como lembrança e dizer que já participei dos Jogos Olímpicos. Um sentimento maravilhoso de estar lado a lado com atletas do mundo inteiro, de diversas modalidades.
Foi duro perder a semifinal logo para a Argentina. A gente sabia que quem fizesse o primeiro gol ganharia, e foi o que aconteceu. Não consegui dormir naquela noite. Chorei muito no meu canto, no meu quarto. É uma sensação pela qual você nunca quer passar, não se prepara para ela. É difícil perder, ver que o trabalho não foi coroado do jeito que a gente queria.
Foi duro vê-los no alto do pódio. Nós, todos os brasileiros e os paranaenses que torceram demais por mim, pelo Pato e o Thiago Neves queríamos ver o Brasil lá. Mas eles também estavam engasgados. Haviam perdido as três últimas finais para a seleção brasileira, duas Copas Américas e uma Copa das Confederações. Estavam sempre correndo atrás.
Na premiação também aconteceu a cena que mais me marcou nessa Olimpíada. Todo mundo abraçado, recebendo a medalha de bronze. Foi um resumo da imagem que eu vou levar para sempre, da união do nosso grupo. Foi assim do primeiro ao último dia, sem nenhum arranhão, nenhum problema com o Dunga, o Jorginho, toda a comissão técnica.
Agora é pensar no Schalke e na seleção. Hoje vou me reapresentar no clube. É bom me preparar, porque vem bomba, o pessoal está um pouco nervoso. Mas voltei inteiro, sem contusão, do jeito que saí.
E na segunda-feira que vem tem apresentação na seleção. Serão dois jogos, contra Chile e Bolívia. Espero ajudar o Brasil a vencê-los e subir na classificação das eliminatórias.